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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O Ministério do Serviço
Uma das tentações que a igreja primitiva enfrentou foi a negligência às viúvas gregas (At 6.1). Lucas afirma que as viúvas gregas eram esquecidas na distribuição diária de pão e isso gerou murmuração dos helênicos para com os hebreus. Os onze apóstolos não podiam pregar a Palavra e cuidar de todos os afazeres que a igreja exigia e exige (At 6.2). Dessa maneira, convocaram homens que tinham duas características: tinham um bom testemunho e cheios do Espírito Santo (At 6.3).
Quase sempre, o bom diácono é um ser invisível na igreja, pouco aparece e a maior parte do seu trabalho fica escondido e deve ser assim. Quando existe um bom diácono tudo corre tão normalmente que ele não é lembrado, pois tudo já está como o esperado. Assim como o bom chuveiro é aquele que, ao abrir, derrama sua água na temperatura desejada, o bom diácono é aquele que chegou mais cedo no domingo para zelar pela ordem do templo; durante o culto encaminhou pessoas para os bancos; anotou os nomes dos visitantes, recolheu e entregou cestas básicas, etc.
Tal como na igreja primitiva o ministério diaconal dá a liberdade para o ministro continuar a se afadigar na Palavra e na doutrina, porque sabe que a igreja e os irmãos necessitados estão sendo assistidos.
A própria palavra diácono vem do verbo grego diakoneo (διακονέω) que significa serviço, por isso, não seria engraçado se o bom diácono dissesse meu nome é trabalho. No Grécia esse termo era utilizado para designar aquele que servia ou provia os mantimento de uma mesa ou que defendia uma causa, afirma o Dicionário Internacional de Teologia.
Jay Adams, grande nome do aconselhamento bíblico, afirma que geralmente a igreja ao eleger um presbítero u um diácono o faz apenas se guiando pelas disposições sociais, ou seja, pelo seu desempenho na comunidade. É claro que da mesma maneira que um médico não pode desmaiar ao ver sangue, um diácono tem que estar apto para o serviço e o presbítero para a liderança, todavia não podemos perder de vista que Paulo enfatiza que as marcas,tanto dos presbíteros, quanto dos diáconos está no seu cotidiano.
Paulo mostra a Timóteo que os critérios para avaliar o presbítero são os mesmos para avaliar o diácono (1Tm 3.8) quando utiliza o termo “semelhantemente” (osautos). Acrescenta que tal como os presbíteros os diácono precisa ser alguém digno de respeito (semnos); não ser homem de duas palavras (dílogos), dado ao vinho ou a ganância, aquilo que causa vergonha ou é feio por natureza (aischrokerdes).
O Apóstolo dos Gentios também orienta que eles devem ser maridos de uma só mulher e que sejam capazes de governar bem a casa e os filhos até maioridade (1Tm 3.12). O termo usado para filhos, nas orientações para o presbiterato e para o diaconato, é o substantivo grego teknon (τέκνων), ou seja, o presbítero e o diácono é responsável pela condução dos seus filhos no caminho do Senhor até eles poderem caminhar sozinhos, tendo em vista que a eleição é pela graça e não uma herança genética.
Até mesmo as esposas dos oficiais deveriam ser observadas (1Tm 3.11) pela igreja , pois elas deveriam ser tão respeitadas quanto os maridos (semnas), temperantes e fiéis. Elas, afirma o texto sagrado, não poder ser “maldizentes” e a palavra que o escritor sagrado usou aqui é diabólicas (diabolous), ou seja, não exerça o ministério satânico de semear a contenda na igreja.
Os candidatos ao oficialato da igreja, segundo Paulo, deveriam ser testados (1Tm 3.10), no sentido de comprovar a sua qualidade (dokimazo) para depois serem investidos das responsabilidades de, no caso dos diáconos, zelar e dar manutenção na igreja, arrecadar oferta para fins piedosos e cuidar dos pobres doentes e inválidos (Manual Presbiteriano Art.53).
A Palavra de Deus faz duas promessasao bom oficial da igreja:adquirirá uma boa posição, um bom tesouro (peripoieo) e muitaconfiança (parrehesia) na fé em Cristo Jesus. O bom oficial tem um rico tesouro como aquele que vendeu tudo o que tinha em busca da pérola preciosa (Mt 13.46) e possui intrepidez para falar com Deus em Jesus, pois seu coração não o condena (1Jo 3.21; 5.14; 2.28). Que Deus, em sua infinita sabedoria, nos abençoe!

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