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terça-feira, 21 de outubro de 2014


A Família Cristã
Uma das grandes invenções de satanás é o fato de que a família cristã deve ser um paraíso de silêncio onde as palavras são sussurradas entre uma oração e outra. Essa imagem gera uma terrível tensão, pois as pessoas que não temem a Deus avaliam por meio dela o seu vizinho, amigo ou parente cristão e até mesmo pessoas tementes a Deus fazem desse quadro padrão para suas vidas.
Quando um pecado ou uma queda bate a porta de uma família todos parecem desmoronar. Jesus Cristo compara aquele que sabe da sua vinda e não tem uma vida condizente é semelhante ao homem insensato que construiu sua casa sobre a areia e, por isso, viu-a desmoronar diante das forças da natureza (Mt 7.26,27). A família cristã que não se reconhece pecadora, na sua mais íntima essência, não é de fato uma casa construída sobre a rocha.
Jesus Cristo disse que não veio chamar famílias perfeitas, compostas de pessoas acima de qualquer suspeita, mas pecadores e estes ao arrependimento (Mt 9.13). Dessa forma, só poderemos seguir Jesus quando, tal como Paulo, reconhecermo-nos os piores pecadores (1Tm 1.15), pois apenas quando temos a convicção da profundidade do nosso pecado e o seu poder de morte podemos ter Jesus como nosso salvador.
Não estamos dizendo que uma família cristã genuína é marcada por brigas intermináveis, violência e atitudes que causam escândalos aos vizinhos, todavia é igualmente errado disfarçarmos nossos problemas advindos do pecado, pois dizer que nossa casa está livre dele é, no mínimo, uma tentativa de se enganar (1Jo 1.8).
Fomos justificados pela fé e o sangue de Cristo lavou todos nossos pecados, porém dia após dia nosso coração está sendo confrontado pelo Espírito Santo sobre o nosso pecado, a justiça e o juízo de Deus (Jo 16.8) e, assim, em cada um desses dias lançamos o fundamento de uma casa sólida construída apenas pelos prudentes (Mt 7.24) e resistente a qualquer tempestade.
Davi afirma que “a Palavra do Senhor é completa e restaura a alma” (Sl 19.7a). Muitas famílias gostariam de voltar no tempo antes de ter dito aquela palavra pesada ou ter aquela atitude que gerou briga e mágoa. A Palavra de Deus pode fazer isso, ou seja, “trazer-nos para traz” (shûb), nos restaurar de tal forma que não agrademos o nosso cônjuge, filhos ou pais, mas o Senhor.
Uma família cristã sabe, como um doente crônico, da complexidade do mal que a aflige (o pecado) e sabe a que pode recorrer a Jesus, em sua Palavra, e nas orações. Uma casa abençoada por Deus é aquela em que há leitura da Palavra e os seus membros têm a liberdade de orar uns pelos outros.
Um lar temente ao Senhor precisa ter lugar para a confissão, certos de que Deus é fiel e justo para nos purificar de toda a injustiça(1Jo 1.9). Errar é próprio da nossa condição decaída, mas, ao invés de perder tempo em descobrir culpados e estabelecer julgamentos, podemos conduzir o pecador a confessar o seu erro e buscar um crescimento espiritual. Antes de procurarmos os erros da esposa, do marido e dos filhos precisamos nos recordar que é muito perigoso alguém que tem uma viga enterrada nos olhos tentar tirar um cisco do olho do outro (Mt 7.3-5). Precisamos, urgentemente, entender que até mesmo em nossas discussões nossas palavras devem ser “boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4.29). Em uma discussão em que as Palavras apenas magoaram não houve vencedores, mas vencidos carentes de Deus.
Muitos cristãos encaram a leitura da Palavra de Deus e as orações como ações mecânicas que não tem nenhum efeito em nossas vidas além de nos unir a uma tradição, contudo elas são poderosos meios de graça, capazes de mudar completamente a vida do homem (Mt 7.7,8). Este efeito sobrenatural pode ser aferido por uma sincera mudança de vida, tal como Paulo exorta à comunidade de Éfeso: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado” (Ef 4.28), pois aquele que vive pecando não conheceu o Senhor (1Jo 3.6).

Portanto, haverá problema na família ímpia e na família temente a Deus, porém enquanto aquela só pode contar com as ferramentas falhas do homem para sanar suas angústias, esta pode colocar suas ansiedades sobre o Senhor Jesus, porque ele esta centrado nesta casa e tem cuidado desta família (1Pe 5.7).

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