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sábado, 18 de outubro de 2014

A Bíblia e a Educação Infantil
Educar uma criança realmente é um trabalho complexo, contudo urgente. Os mestres ganham títulos para falarem nas grandes universidades, mas quem está na base? Quem leciona a criança na igreja e na vida secular? Essas pessoas tem o valor dos grandes doutores?. Charles Spurgeon (1834-1892) afirmava que “nem os melhores da igreja são bons demais para esta obra”, opta-se em deixar a criança crescer para ensiná-la sobre as ciências e as doutrinas que deve conhecer.
Por muitos anos a criança foi considerada como um adulto em miniatura e seu desenvolvimento nunca foi levado em consideração. Conduto a criança é como uma esponja que suga todas as informações ao seu redor e, por isso, está na melhor fase para aprender os fundamentos que vão reger toda a sua vida.
Entretanto, apear das leis e das teorias sobre a educação, o mundo em que a criança vive privilegia o erro e a desordem. É fácil vermos placas na cidade com erros de português, adultos com baixos palavreados sem se importar que, talvez, esteja sem observado e suas atitudes estão sendo registras e copiadas. O jargão: “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”, não tem muita relevância para os mais jovens que ao verem os pais brigar, mentirem e falarem mal dos seus superiores se sentem no obrigação de imitá-los.
É bonito vermos a frase do filósofo grego Platão (428/427-348/347 a.C.): “Não ensine os meninos pela força e severidade, mas leve-os por aquilo que os diverte, para que possam descobrir a inclinação de suas mentes” (República, VII). Parece correto e interessante essa atitude, contudo suas consequências são devastadoras. Pais não conseguem mais impor limites para os seus filhos porque não sabem fazer ou pior: não acreditam nisso.
A Bíblia possui um rigoroso e eficiente método de educação. Em suas páginas reconhecemos que a criança é insensata por natureza (Pv 22.15). Todavia o termo hebraico אוֶּלֶת (‘iwwelet), usada em algumas traduções como estulta, tola ou insensata (sem senso), transmite a ideia também de ser alguém grosseiro e que precisa ser lapidado, alguém que precisa aprender. Acreditamos que uma criança tem muito a ensinar, mas não podemos perder de vista que ela tem muito a aprender.
A educação, na Bíblia, começa em casa. Aos poucos, as famílias têm tantos compromissos e prioridades que as crianças ficam de lado e muitas mães já não tem tempo de ver o caderno filho ou ensiná-lo algo. Deus, no Livro de Deuteronômio (6.7), depois de ter exposto os fundamentos religiosos ao seu povo transmite aos pais o dever de inculcar essas verdades aos seus filhos. Inculcar significa repetir muitas vezes o mesmo ensinamento, contudo orienta que essa repetição deve ser feita no dia-a-dia, ou seja, na convivência com o filho.
A Educação na Bíblia implica contato e repetição. Os pais precisam vivenciar profundamente o que falam e encontrar no cotidiano da criança os meios adequados para aplicar essa verdade a elas. A pedagogia moderna pretende dar toda a liberdade para o jovem e a criança para que o processo de aprender seja motivado pela curiosidade e o prazer.
Partindo do pressuposto de que a criança não sabe o que quer ela ficará tentada a nunca sentir curiosidade sobre o caminho que ela deve andar, como ela deve se portar e relacionar, pois as críticas facilmente eliminam todo o prazer e a curiosidade. Imagine se um médico se voltasse para o seu paciente e dissesse: “eu tenho todos os medicamentos que você precisa, mas eu só vou dar aqueles que você tiver curiosidade de experimentar”.
Entretanto a Bíblia promete que se os pais se esforçarem nessa árdua tarefa a mesmo depois de velho o filho não se desviará dele. O filme Nada é para sempre do diretor Robert Redford conta a história da família de um pastor presbiteriano no início do século XX. O Rev.McLean e a sua esposa Amanda tinham dois filhos de temperamentos completamente diferentes: Normam e Paul. Aquele sempre apegado a uma vida regrada, enquanto este levava uma vida dissoluta, porém há uma cena no filme em que Paul, o filho rebelde, fala para um rapaz boa vida: “aqui há três coisas para as quais um home não se atrasa nunca: trabalho, igreja e pescaria”. A história mostrou que Paul, mesmo em uma vida de pecado, conservava princípios cristãos que não faziam dele um eleito, mas no mínimo um bom cidadão.
Cada dia mais as famílias estão sendo esquecidas. As pessoas se casam, mas nenhum dos dois quer, nem por um segundo sequer, deixar seus planos pessoais ou sua carreira e a criança fica no meio de duas pessoas como caminhos, às vezes, opostos e logo tem que ser consumida por atividades e deveres para ela esquecer o mais rápido possível que é uma criança e que requer cuidados especiais. Estamos gradativamente retornando a pedagogia que via na criança um pequeno adulto e deveria ser educado como tal.
Os pais, ora por necessidade, ora por opção, ficam tão ausentes de casa que não conseguem se comunicar com seus filhos e estes também não conhecem a língua dos seus pais. Para aliviar o grande período de silêncio cada um tem um refúgio dentro de casa onde encontra computador, videogame ou qualquer outra coisa anestesie a dor de ficar lado a lado com as pessoas que deveria amar. Isso parece ao mundo pós-moderno um desperdício de tempo uma futilidade que não tem preço.
Muitas famílias optam por uma visão espartana. Esparta era um cidade grega profundamente militarista que entrega os seus filhos com sete anos para serem criados exclusivamente pelo Estado. Quantos pais entram em parafuso com greve de professores e férias escolares? A família tem o dever de formar o homem para que a Escola, em cima dessa instrução, possa ensinar os conceitos básicos para o efetivo exercício da cidadania.
Paulo adverte a igreja de Éfeso que os filhos deveriam obedecer aos seus pais. O pai e a mãe precisam ser para o filho o primeiro e grande referencial de sociedade e igreja. Um filho que vê o pai pedindo para que diga que ele não está quando de fato está em casa entende que mentir em alguns casos é necessário e não compreenderá a Bíblia condenar a mentira (Cl 3.9). Muitos mandam seus filhos a igreja, mas não se esforça para ir também, logo ele pensará que igreja é coisa de criança. Muitos homens não se comprometem na igreja e isso pode fazer a criança entender que igreja é coisa de mulher.
A indisciplina é um mal progressivo e extremamente corrosivo. Muitos pais, por causa da ausência, não se fazer ser obedecidos (Ef 6.1-3). A Bíblia diz que o filho que obedece aos pais tem vida prolongada sobre a terra (Êx 20.12; Dt 5.16). Muitos podem ver esses versículos como uma grande besteira e afirmar: eu já vi filhos bons e obedientes morrerem antes dos seus pais.
Contudo o que Moisés está dizendo, de forma inspirada e inerrante, é que quando um filho deixa de obedece às orientações dos seus pais ou os pais não se posicionam a esse respeito ele está susceptível às más influências que podem diminuir a qualidade da vida dos seus filhos. Se Davi tivesse disciplina melhor seus filhos Amnon não teria abusado de Tamar (2Sm 13.10), Absalão não teria motivado um levante contra seu pai (2Sm 15.14) e Salomão não precisaria matar Adonias (1Rs 2.24), mas a Bíblia afirma que Davi jamais contrariou Adonias “dizendo: Por que procedes assim?” (1Rs 1.6).
A Palavra de Deus não só exorta aos pais disciplinarem seus filhos, como também mostra os resultados à desobediência desta orientação. A ausência dos pais em casa traz às famílias ou omitem-se como Davi e colhem os frutos dessa escolha ou exercem uma autoridade excessiva e batem por qualquer motivo e de qualquer maneira.
A Bíblia irá de encontro à lei da palmada, pois afirma que o pai que deixa de disciplinar seu filho o aborrece e não o ama, porque quem verdadeiramente ama cedo disciplina (Pv 13.24). A mesma Bíblia vai orientar os pais a não provoca os filhos a ira, mas cria-los na disciplina e na admoestação do Senhor (Ef 6.4).A Bíblia não está preocupada com a forma da disciplina, mas se ela aponta o erro, é compreendida e sentida pela pessoa que a recebe.
Mesmo a palmada se for dada de maneira errada (com intuito de machucar ou descarregar a raiva) ou no momento errado (quando o fato tiver passado) não fará o efeito desejado. O Reformador João Calvino (1509-1564), comentando esse texto, afirma: “uma severidade austera e inclemente (dos pais) suscita a obstinação e destrói os seus (dos filhos) sendo de dever”.
O parâmetro dos pais na disciplina dos filhos deve ser a Palavra do Senhor e não os desejos do seu coração. Tinha um amigo que dizia que quando seu pai ia discipliná-lo expunha o que ele tinha feito, o que havia de errado no que fez e como aquilo desagradava a lei do Senhor. Isso é criar em disciplina e admoestação.
O que tem que ficar na cabeça da criança depois de uma boa disciplina não deve ser a dor ou a humilhação, mas a noção de que cometeu um pecado primeiramente contra Deus e que afetou todos ao seu redor, mas que há graça em Jesus para deixar o velho menino e abraçar um configurado segundo a vontade de Deus e isso fará dele uma bênção para todos.
Não somos contrários às palmadas, desde que não visem o espancamento (o que nunca foi a ideia da Bíblia), porém reconhecemos que os pais precisarão criar outras formas de exercer disciplina, mas para isso o contado é indispensável, pois não inventaram pais no modo EAD (Educação à distância). 

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