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terça-feira, 21 de outubro de 2014


A Bíblia e o Homossexualismo
Um dos assuntos mais discutidos em nossa sociedade é a questão da homofobia e neste debate há dois lados apenas na mesa: ou você homossexualista ou homofóbico. Enquanto não estoura uma inquisição decorada com arco-íris podemos discutir esse assunto com liberdade e fidelidade à Palavra de Deus.
O argumento homossexualista (uso essa palavra para indicar não só o homossexual, mas o defensor dessa ideia) que abre esse debate é que Jesus pediu para que amássemos uns aos outros como ele nos amou (Jo 13.34). Contudo a teologia barata pega a Bíblia recorta vários versículos que lhe convém e tenta provar o que bem entende. Quando vamos a qualquer sistema de ideias precisamos ver um determinado princípio à luz dos demais e aceitarmos o que nos beneficia e o que nos transmite reponsabilidades.
Na Bíblia especificamente, reconhecemos que um versículo apenas não pode ser base de uma doutrina, mas ele deve ser lido, interpretado e verificado dentro de toda a Palavra (Novo e Antigo Testamento, pois toda a Escritura é inspirada por Deus 2Tm 3.16) sem nunca descartar seu devido contexto.
Esse erro é frequentemente cometido quando as pessoas querem continuar a viver as leis cerimoniais ou civis do Antigo Testamento como acontece em um dos episódios da sérieWest Wing: nos bastidores do poder. Nesse filme o presidente, interpretado por Martin Sheen, mostra a uma conservadora que Levítico 18.22 não pode ser levado em consideração na discussão da homossexualidade, porque poderíamos ter o direito de vender nossas filhas como escravas como afirma Êx 21.7.
No Antigo Testamento, o povo de Deus possuía três tipos de leis: morais, cerimoniais e civis. O texto em Êx 21.7 não oferece o direito de ninguém ser vendido como escravo, Deus não criou a escravidão, mas o homem decaído, porém o Senhor, em uma época em que os escravos não possuíam direito algum, afirma que o seu povo não pode fazer o mesmo e, por isso, estabelece leis para essa classe de pessoas esquecidas punindo maus tratos e prevendo a liberdade. Os princípios desse código civil ainda servem como orientação da maneira como a sociedade deveria se portar
As leis cerimoniais previam a maneira correta de cultuar o Senhor e realizar os sacrifícios, contudo o autor da carta aos Hebreus (8.5) afirma que esses ritos eram figuras e sombras das coisas celestes e que Jesus é mediador de superior aliança e promessa (Hb 8.6). Entretanto as leis morais, ou seja, como devemos nos portar e viver, essas não foram destruídas pelo Senhor.
O mesmo Jesus que tira o fardo que sobrecarrega e cansa é o mesmo que impõe seu jugo suave e leve (Mt 11.28-29) e o mesmo Messias que protege a mulher adúltera de ser apedrejada é o mesmo que manda parar com a vida de pecado (Jo 8.11) e censura a mulher samaritana e seus muitos maridos (Jo 4.18). Jesus tratou com amor, porém não deixou de apresentar os mandamentos da Lei de Deus como a maneira de viver segundo o desejo do seu Pai.
O mandamento de amar como fomos amados por Jesus de Jo 15.12 não pode ser lido sem todo o contexto do capítulo 15, ou seja, Jesus se compara a uma videira e aquele que não estiver nele e nos mandamentos do seu Pai (lembremo-nos que Jesus não revogou as leis morais do Antigo Testamento) dando frutos será lançado fora para ser queimado.
Se alguém despreza a Deus e se tornou nulo em seus corações insensatos, “Deus o entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes” (Rm 1.28), mas tentar legitimar o pecado com versículos da Bíblia é uma tentativa pecaminosa e degradante e passível de morte especialmente para aqueles que apesar de conhecer a Palavra praticar o erro e aprovar quem erra também (Rm 1.32).
Existem aqueles que vão à Bíblia e tentam distorcer textos que legitimem o seu pecado. O texto predileto dos homossexuais é 1Samuel 2.41 e veem o beijo de Davi e Jônatas como um ato homossexual. Contudo não podemos ler essa passagem das Escrituras sem levar em consideração a cultura do Oriente Médio em que o beijo era um costume bastante comum, como afirma Laird Harris no Dicionário Bíblico do Antigo Testamento. O beijo ocorria dentro da família (Rt 1.9), conterrâneos (2Sm 15.5) e também na pessoa amada (Ct 8.1), mas o beijo da prostituta deveria ser evitado (Prov 7.13).
A declaração de Rute sua sogra (Rt 1.16,17) – Noemi – é vista por muitos homossexualistas como uma clara amostra de lesbianismo e o centurião (Mt 8.16) por ter um criado (παῖς-pais: transmite a ideia de educar ser tutor de alguém) e se preocupar com sua saúde a ponto de procurar Jesus também é um exemplo de união de duas pessoas do mesmo sexo.
Aparentemente, a perspectiva do homossexualismo sobre o mundo é de que todos sentem os mesmos desejos e que eles são incontroláveis em sua essência e aqueles que defendem princípios diferentes são pessoas que não se descobriram plenamente ou hipócritas que praticam ou desejam praticar o aquilo que condenam. Qualquer pessoa que defenda a moral cristã será visto como um moralista que condena aquilo que simplesmente tem medo por não conhecer.
Entretanto o mundo, nessa perspectiva, vê a amizade entre pessoas do mesmo sexo cm um alto grau de preconceito e suspeita de tal maneira que um amigo (Davi) não pode sentir deleite na amizade do outro (Jônatas) ou se despedir com emoção. Uma nora não pode jurar fidelidade a sua sogra ou um homem, que cuidou de um jovem como filho, não pode se preocupar com sua saúde sem ter uma conotação sexual. O mundo homossexual é governado e controlado pelo ídolo do sexo e sua principal doutrina é o prazer a qualquer custo.
A Bíblia condena o homossexualismo, porque não foi essa a vontade de Deus ao criar Adão e Eva, macho e fêmea os criou (Gn 5.2), ou seja, distintos quanto a sua sexualidade. Muitos vão dizer que é obvio que Deus não poderia começar o mundo com um casal de homens ou mulheres, pois eles não poderiam procriar, porém não está sobre nós a orientação de deixar a casa paterna e se tornar uma só carne com uma mulher? (Gn 2.24)
Jesus vê esse laço de maneira tão sagrada que as oscilações da vida conjugal e os motivos banais do cotidiano não poderiam violá-lo (Mt 19.5). Nem Moisés (escritor sagrado do Pentateuco) e nem Jesus disseram que dois homens ou duas mulheres poderiam se tornar uma só carne.
Em Sodoma, dos mais velhos aos mais jovens queriam, em sua soberba (Ez 16.49), tomar os dois anjos (Gn 19.1-5) que Ló hospedara para violenta-los sexualmente de tal maneira que recusaram mulheres virgens para publicar o seu pecado (Is 3.9) e angariar a total destruição. Dessa maneira, Moisés alerta que a prática do homossexualismo é uma contaminação abominável, repugnante que existia entre os outros povos e que o povo escolhido pelo Senhor não poderia compartilhar.
Muitos podem acusar a Bíblia de homofobia e de perseguição aos homossexuais, porém Paulo não elege esse como o pecado principal, mas o relaciona entre outros desvios humanos como: impureza, idolatria, adultério, latrocínio, avareza, alcoolismo e maledicência (a lista aumenta com 1Tm 1.10,11) e afirma que as pessoas que praticam tais coisas, assim como o homossexual não herdarão o reino dos céus (1Cor 6.9-10).
O Apóstolo dos Gentios usa duas palavras para o homossexualismo: malakos (μαλακός, , όν: efeminados) e arsenokoitez (ἀρσενοκοίτης, ου, : arse=macho + koítez=casamento: sodomita, reaparece em 1Tm 1.10). Segundo o estudioso da língua grega Harold Moulton, a primeira palavrase refere à suavidade,a delicadeza ou a luxúria contrária à natureza e a segunda se refere à homossexualidade masculina em uma união estável.
Alguns defensores da união herética da Bíblia e o homossexualismo afirmam que essas palavras sofreram alterações na sua tradução em meados do século XX (o que vimos que não é verdade), porém podemos falar o mesmo os outros pecados? As palavras usadas para o ladrão, o adúltero e o alcoólatra sofreram o mesmo problema?
Não acreditamos que o homossexualismo seja uma doença, mas um pecado (חטָּאת – het no Antigo Testamento, ἁμαρτία, ας, - hamartia: errar um alvo ou um caminho), ou seja, um desvio do objetivo previsto. Paulo afirma que na comunidade de Corinto eram ladrões e isso era um pecado (erro do objetivo determinado por Deus, Êx 20.15), mesmo que o ladrão fosse vítima de um desejo incontrolável como a cleptomania.
Para nossa cultura essa afirmação não oferece problema, pois quando o cristianismo fala que roubar é pecado todos se sentem seguros, porque devemos aceitar o homossexualismo e seus apelos se a Palavra de Deus diz o contrário? Para agradarmos nosso coração? Jeremias diz: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas” (Jr17.9)
Se continuarmos no fluxo que o mundo e suas teorias nos levam, perceberemos que a lista de 1Cor 6.9-10 e 1Tm 1.10,11 vai se alargando de tal maneira que a questionável evolução dos costumes permite a homossexualismo, o adultério é visto sem maiores restrições e logo vamos aceitar assassinos e ladrões em nome de um respeito que não respeita ninguém.

Porém o que dizer ao homossexual? Você está condenado a ser um marginalizado? Paulo afirma que alguns em Corinto eram efeminados e sodomitas, mas eles foram lavados, justificados e santificados no nome de Jesus e no Espírito Santo (1Cor 6.11,12), ou seja, podemos dizer não só aos homossexuais, mas a todos “nenhuma condenação há para os que estão em Jesus Cristo” (Rm 8.1) ele pode livrá-lo da lei do pecado do corpo desta morte (Rm 7.24,25).

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