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domingo, 28 de dezembro de 2014

RESUMO DO DIÁRIO DE SIMONTON

RESUMO DO DIÁRIO DE SIMONTON

INTRODUÇÃO
Ashbel Green Simonton nasceu em West Hanover, em Dauphin no sul da Pensilvânia aos vinte de janeiro de 1833, filho do médico Dr. William Simonton e Martha Davis Snodgrass. Recebeu o nomem em homenagem ao líder presbiteriano e presidente do Colégio de New Jersey Ashebel Green (1762-1848). Eram membros da Igreja Presbiteriana de Derry, onde o pai de Simonton era presbítero.
Nesse pequeno opúsculo podemos perceber a grandeza do trabalho missionário e tomarmos subsídios que podem nortear nossa ação evangelística, especialmente em um país profundamente católico e com sérios preconceitos para com os protestantes.

SIMONTON, A.G. Diário de Simonton. Trad. Daisy Ribeiro de Moraes Barros. 2 ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2002.

O Diário de Simonton abarca o período de 1852 a 1866 e tem como seu primeiro registro com a seguinte identificação: Norfolk, 5 de novembro de 1852. Relata quando deixou, pela primeira vez sua casa e se aventurou pelo sul de seu país.
Norfolk era uma cidade, abastada, confortável e luxuosa, assim como, bem grande com de 16 mil habitantes, a qual Ashebel precisou descobrir a própria custa, pois tinha como ofício vender assinaturas da Revista Presbyterian e achar presbiterianos nessa multidão era como caçar uma agulha em um palheiro.
Outro problema era o fato de que na hora em que o irmão visitava as casas só encontrava as mulheres que não faziam assinaturas, pois os homens de negócio estavam trabalhando. Todavia conseguiu vender duas assinaturas o que lhe vinte e nove dólares e cinqüenta centavos.
Cansado de comer ostras em Norfolk (principal iguaria natural desse região) ruma para Petersburg, mas não encontrou melhores condições de trabalho e, por isso, seguiu para Raleigh com seu irmão James (o encontrou em Petersburg) que ficou em Hicksford (atual Emporia na Virgínia). Em Raleigh, conseguiu uma audiência com Rev. Lacy com quem conversou sobre Escolas e este lhe indicou três senadores que poderiam ajudá-lo, mas não encontrando êxito foi para lecionar decidiu permanecer no ofício para o qual havia se proposto e segui para Faytteville, uma região com casas esparsas e que precisava de esforço para se chegar de uma a outra.
Simonton vai para Columbia, onde vê como uma novidade uma mulher pregando, depois foi para Winsboro, terra de umas duas mil almas que achavam mais barato comprar novas terras do que preparar as antigas para o plantio. Em Atlanta descobriu que sua empreitada de vender assinaturas seria cada vez mais difícil, pois os sulistas receavam de qualquer coisa publicada pelo norte na linha Mason-Dixon.
Teve boa impressão da Georgia e perambulou por outras cidades até chegar em Starkville no Mississipe onde começou a lecionar latim em uma escola agradável que não lhe criava problemas, porém sobre isso ele afirma: “olhei o futuro e previ longos dias e horas mergulhados na rotina pouco atraente da vida de pedagogo.
Em 15 de abril de 1854, Simonton registra em seu diário que sua estada no sul estava chegando ao fim. Encerrou antecipadamente as aulas do primeiro semestre afirmando que iria passar as férias com a sua família e que sua volta incerta. Muitos amigos tentaram dissuadi-lo, mas voltou e não tendo grandes motivos para continuar em casa ou voltar para o sul pendeu para a opiniaao de sua mãe que foi enfática para sua permanência.
Vendo a inaptidão para o magistério e o fim de sua aventura pelo sul, Ashebel passa a pensar em seu futuro, especialmente, na carreira que seguiria. A mãe de Simonton se esforçava para que o filho seguisse o ministério, para o qual o havia consagrado. De fato ele reconhecia que essa carreira detinha a mais segura e sublime das recompensas. Sobre o direito não se sentia animado, porque parecia-lhe “difícil conciliar sucesso na carreira de advogado com honesta adesão à verdade e à justiça”.
No dia 10 de março de 1855, o diário indica um avivamento que atingiu seu autor. Simonton não se sente emocionado como outros crentes, mas entende que o Espírito Santo está trabalhando em sua vida pelo fato de estar buscando o Senhor a ponto de fazer um compromisso público. Sobre essa convicção faz sua pública profissão de fé
Em maio de 1855, decidiu assumir o compromisso de seus pais e caminhou para Princenton a fim de se preparar paro ministério. Chegou no dia 29 de junho de 1855. Antes de ir, no dia quatro, preparou um guia para orientá-lo no curso de teologia:
  1. “Frequência constante aos exercícios devocionais do Seminário”;
  2. “Vigilância constante sobre o meu coração e contra os pecados que o rodeiam”;
  3. “Estudo das devocionais da Bíblia e leitura de obras de experiência religiosa”;
  4. “Comunhão constante e íntima com Deus para alcançar grandes vitórias na vida espiritual”;
  5. “O ‘cultivo do dom da oração’”;
  6. “Na realização dos estudos não posso esquecer a saúde, pois preservá-la é da maior importância”;
  7. “Em relação ao meu comportamento exterior, preciso ser mais cuidadoso que nunca”.
No dia 14 de outubro de 1855, ouviu um sermão do Rev. Charles Hodge sobre a necessidade de se evangelizar os pagãos de tal maneira que afirma: “Esse sermão teve efeito de levar-me a pensar seriamente no trabalho missionário no estrangeiro [...] se a maioria prefere ficar não seria meu dever partir?”.
Simonton foi nomeado missionário no dia 6 de dezembro de 1857; licenciado pelo Presbitério de Carlisle em 14 de 1858; ordenado no dia 14 de abril de 1859 no templo da Igreja Reformada Alemã em Harrisburg, seu sermão de prova baseou-se em Atos 16.9. No dia 19 de outubro de 1857, Ashebel transcreveu em seu diário a carta de sua mãe em que mostrava dificuldade em se separar de seu filho, sentia-se orgulhosa e o recomendava em orações.
No dia 27 de novembro de 1858, levou proposta a Junta de Missões Estrangeiras apresentando o Brasil como possibilidade, mas deixando a decisão final para os responsáveis.
O Rev. Simonton chegou no Brasil no dia 12 de agosto de 1859 estasiado com a beleza da Bahia de Guanabara. O grande problema do jovm missionário está no aprendizado da língua que lhe causou muita dificuldade. Registrou em 2 de dezembro de 1859, progresso no estudo da língua quando encontrou o secretário da educação pública, Sr. Leon, e trocaram aulas, este lhe ensinou português e aquele inglês.
Sabendo que desde Atos a igreja não está isente a possíveis problemas de relacionamento, Ashebel enfrentou problema como Rev. Robert Kalley, que lhe fez acusações pessoais sem mesmo conhecer-lhe. Simonton o procurou, conversaram, oraram juntos e fizeram as pazes, de tal forma que o valiará como um homem de fé (11 de abril de 1860).
No dia 12 de abril de 1860, realizou sua primeira escola dominical em sua casa utilizando a Bíblia e o Peregrino de Bunyan com duas crianças. Os cultos de quinta-feira e domingo variavam entre três e vinte pessoas, sendo o mais frequente de seis a dez pessoas O irmão James e o cunhado Blackford enviaram cartas dizendo que viriam, o que se realizou em 19 de julho de 1861. A Junta de Missões enviou também o Rev. Schneider que ajudaria com os colonos alemães.
O clima dos trópicos, em que o natal se apresentava no natal e não no inverno, assim como a questão de qualidade de vida. Na casa João Carlos Nogeira/Nogueiro, um homem piedoso de Itu, interior do Estado de São Paulo, afirma: “nunca vi família tão excelente, com tais recursos ao seu dispor, viver de modo tão deplorável”.
No dia 12 de janeiro de 1862, realizou-se a primeira ceia com recebimento de membros: Henry E. Milford e Camilo Cardoso de Jesus. Em 31 de março de 1862, Simonton está no Barco Henrietta para passar um período nos Estados Unidos. Soube que a mãe estava endferma, mas quando chega ela já havia falecido.
Nesse período na terra natal se casa com Helen Murdoch no dia 19 de março de 1863. Chega com ela no Brasil em 15 de maio de 1863, mas faleceu 9 meses depois do casamento com 30 anos no dia 28 de junho de 1864 devido a complicações no parto. Sobre essa situação registra: "Deus tenha piedade de mim agora, pois águas profundas rolaram sobre mim. Helen está estendida em seu caixão na salinha da entrada. Deus a levou tão de repente que ando como quem sonha" (Terça-feira, 28 de junho de 1864)
A pequena Helen Murdoch Simonton passa a ser cuidada pela irmã Elizabeth, esposa de Blackford. Contudo Apesar dos diversos problemas pessoais, Simonton recebeu no dia 23 de outubro o ex-padre José Manoel da Conceição; lançou a Imprensa Evangélica no dia 5 de novembro (durou até 1892) e organizou o primeiro presbitério no da 16 de dezembro de 1865.

Considerações finais
Quando Simonton chegou em nosso país encontrou um território profundamente marcado pelo catolicismo e com um forte preconceito para com os protestantes. Depois de mais de cento e cinqüenta anos o romanismo não tem a mesma força dos tempos de outrora, o protestantismo evoluiu por caminhos tortuosos, em algumas circunstâncias, ficando bastante descaracterizado, mas o fato é que, em outras proporções, encontramos condições semelhantes.
Enquanto nos dias dos pioneiros, o carro chefe da ação missionária estava na instrução nas Sagradas Escrituras, hoje as igrejas emergentes fazem vultosos investimentos em pesquisas de público, campanhas sem bases bíblicas e em uma variedade de experiências.
O ateísmo e uma massa de pessoas decepcionadas com igrejas crescem. Uma grande parcela dessas pessoas, pelos anos freqüentados em uma denominação, às vezes de fama duvidosa ou com líderes despreparados, julgam-se entendidos no cristianismo, mas, na prática, pouco sabem das Escrituras que conhecem por caixinhas de promessas ou artifícios desse gênero.
A julgar pela maneira que o evangelho fiel se desenvolveu em nossas terras podemos perceber que a solução para esses dias mãos está na intensiva instrução na Palavra. Esse é o jeito mais difícil e demorado, mas não há outro, pois os diversos caminhos são infiéis.


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