Translate

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Promessas de Ano Novo


Promessas de Ano Novo


Mais um ano chega ao fim. No final do anterior, fizemos muitos programas que tinham tudo para dar certo, mas, prestes a trocar mais um calendário, vemos que a maior parte das coisas não aconteceu como queríamos. De fato, muitos dos nossos fracassos são frutos de nossos descasos, negligências e falta de empenho, contudo outros não sucederam por mais que tivéssemos nos esforçado. Lidar com aquelas falhas é compreensível, porque basta que nos dediquemos mais. Entretanto como lidar com estas frustrações que fogem do nosso controle?

Essas situações evidenciam limites e revelam a incapacidade de gerir todas as áreas de nossa vida. Estamos a mercê de uma poder que abarca o mundo todo e essa irresistível autoridade é o próprio Criador. Foi em submissão a esse Soberano Deus que Abraão subiu o Moriá e que Moisés apenas contemplou a Cidade que corre leite e mel do monte Pisga ou Jó se resignou diante daquele lhe deu todas as coisas e as poderia retirar segundo sua vontade. Tiago nos orienta que devemos ter por motivo de grande alegria o passar por diversas tribulações, porque a finalidade delas é produzir em nós perseverança (Tiago 1.2,3).

O Pastor presbiteriano Timothy Keller afirma: “algumas vezes Deus parece estar nos matando quando na verdade está nos salvando”. Caro leitor permita-me um exemplo: imagine que alguém que você ame passe mal e a única oportunidade que tem de se salvar esteja em uma cirurgia. Por que o entregamos na mão de um médico para que com um bisturi seja aberto, depois mexido e costurado? Isso acontece, porque sabemos que esse profissional estudou e se preparou para tal procedimento e confiamos na sua experiência e na competência de sua equipe. Dessa maneira, por mais evasivo que seja o tratamento, sabemos que é o melhor a ser feito. Não exitamos. Por que não temos a mesma confiança nAquele que fez o médico e detém todo o conhecimento e a própria vida?

Exigimos provas de Deus, mas nenhum paciente senta-se diante do médico e diz: “tudo bem, o senhor irá me operar, mas não antes que eu veja seu curriculum ou as notas que você teve na faculdade”. O Senhor, conhecendo nossas mais íntimas necessidades, nos deu uma prova cabal: o fato de ter Cristo morrido por nós enquanto éramos pecadores (Romanos 5.8). Essa confiança ´´e crucial nos momentos adversos, contudo só pode existir nos eleitos por causa do Espírito Santo que opera a graça da fé salvadora (Efésios 2.8) no coração pelo ministrar da Palavra de Deus e dos sacramentos de forma ordinária.

Keller entende que nosso coração possui uma incrível capacidade e produzir ídolos, ou seja, “tomar uma alegria incompleta desse mundo e construir a vida inteira entorno dela”. Os ídolos nem sempre são coisas ruins, mas, geralmente, são pessoas, trabalho, o sexo, o amor de alguém, o poder ou o sucesso, etc., mas elevados como algo absoluto. Esse obstáculo na nossa relação com Deus está na nossa imaginação quando não estamos fazendo nada e nos dá a sensação de que sem eles seremos completamente infelizes. Keller defende que “a idolatria não é apenas um fracasso em obedecer a Deus; é uma marca de que o coração inteiro está em algo além de Deus”. Eles não podem ser arrancados, mas substituídos pelo real Senhor de nossas vidas, Jesus Cristo.

É por essa fé miraculosa que Abraão caminha o Moriá segurando o cutelo que desferiria o golpe mortal naquele que foi o herdeiro da promessa, contudo “julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou” (Hebreus 11.19). Deus estava tratando o coração do Pai de Isaque que poderia se esquecer que ele seria o melhor pai quanto mais amasse o Senhor sobre todas as coisas. Existem inúmeros pais que tomam seus filhos como ídolos e exigem que cumpram seus sonhos e os redimam.

Moisés precisava compreender que a entrada do povo na Terra Prometida não dependia dela e da determinação que tivera, tampouco a sua presença lá seria mais fundamental que a divina providência. Necessitava entender que nada era maior do que Deus inclusive para ele próprio.

Assim como o cirurgião parece estar matando o seu paciente rasgando-o, Deus parecia estar matando Abraão, Moisés, eu ou você, mas, na verdade, está tratando o mais profundo de nós, destruindo os ídolos que não podemos ver, dando a paz que excede todo entendimento capaz de guardar nossa mente e nosso coração em Cristo Jesus.

Saiba que nesse ano vindouro as coisas podem ser diferentes ora para melhor ora para pior, mas o cuidado de Deus supera a troca dos calendários, estará ao seu lado quando tiver fome para que se multipliquem os pães; quando o encapelado mar atentar contra sua vida, Jesus se levantará vitorioso para ordenar que seu mar se emudeça e mesmo que a morte venha com desejo fatal saiba que Jesus é a ressurreição e a vida e ainda que morramos ressuscitaremos com Ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário