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sexta-feira, 5 de junho de 2015

O triste retrato da nossa geração


O triste retrato da nossa geração
Vivemos dias semelhantes àqueles dos Juízes onde cada qual faz o que julga mais reto (Jz 17.6). Vivemos em um momento de extrema crise dos padrões absolutos. Richard Sennett, na obra Authority (1980, p.15), afirma que “tememos a influência da autoridade como ameaças a nossas liberdades na família e na sociedade em geral”.
Essa visão pode ser percebida na postura da “filósofa”e psicóloga Viviane Mosé na XII Seminário LGBT quando afirma: “nossa luta é contra a verdade, porque a verdade é uma invenção, é uma ideia e qualquer verdade produz segmentação”.
Segundo Sennett (1980, p.16), três fatores contribuem para esse pavor pelos padrões absolutos que exercem autoridade: em parte o medo de ser seduzido pelo poder, depois o medo de, seduzido, perder a segurança da “liberdade” e passar a seduzir outras pessoas. Mohler, no livro Deus não está em silêncio (2014, p.80), entende que esse medo de forma histórica: “a cultura iluminista que deu origem à modernidade era subversiva a toda forma de autoridade”.
Dessa maneira quando pregamos ao ímpio a mensagem do evangelho ao ímpio, por mais lógica que ela seja, ele teme atendê-la e perder sua aparente liberdade, por isso, só a demonstração do Espírito e do poder podem atingir resultado eficiente (1Cor 2.4).
O homem mundano teme aderir à verdade e ficar aprisionado a ela. Vemos em todas as áreas da vida um deboche aos padrões absolutos como se fossem subversivos. Os pais estão limitados em sua maneira de educar os filhos, os professores em ensinar, as autoridades em estabelecer a ordem. Nessa triste realidade a ortodoxia é vista como uma heresia que deve ser perseguida e seus defensores, sempre retratados pela mídia como loucos ou hipócritas, precisam ser combatidos até as últimas consequências.
Köstenberger e Kruger, na obra A Heresia da Ortodoxia (2014, p.15), afirmam: “neste mundo às avessas do pluralismo e da pós-modernidade, no qual a razão como árbitro da verdade foi substituída pelo ponto de vista individual e pela autoridade irrestrita e intocável da experiência pessoal, os conceitos convencionais foram virados de ponta-cabeça. O que costumava ser considerado heresia é hoje a nova ortodoxia, e a única heresia que resta é a ortodoxia”.
A religião que possui espaço nesses dias maus é aquela, cujos pastores defendam a “doutrina da diversidade”, ou seja, que no princípio não havia um único cristianismo, mas diversas formas de cristianismos que foram suplantados pela visão romana que se tornou a forma padrão. Portanto, a própria Bíblia foi uma convenção humana que deve ser utilizada com cautela e toda diversidade deve ser aceita sem restrições, porque Jesus amou incondicionalmente. Contudo esse Jesus é uma invenção incapaz de salvar, porque tal como um irritante papagaio só sabe repetir aquilo que as pessoas querem.
Não estamos dizendo de maneira alguma que nunca existiu ou se possa encontrar no cristianismo diversidades legítimas (diferenças que podem ser conciliadas dentro daquilo que os apóstolos nomeados por Jesus disseram), mas que existem diversidades ilegítimas (“divergência doutrinária do ensino apostólico considerada inaceitável pelos autores neotestamentário”), tal como afirma Köstenberger e Kruger (2014, p.108-118).
Arrumar argumentos que visão desacreditar a Bíblia na são novos, pois ignorantes e instáveis deturpavam os escritos de Paulo (2Pe 3.16 Veja Jd 4), todavia, especialmente, nestes últimos dias não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2Tm 4.3). Calvino afirma que, a partir dessa realidade, “mais zelosos devem ser os ministros em defendê-la e mais enérgicos seus esforços para preservá-la intacta; e não apenas nesta forma, mas principalmente por sua diligência em combater os ataques de Satanás”, por isso, Oseias culpa a negligência dos profetas pela destruição do povo (Os 4.6).
Atualmente muitos púlpitos não disseminam a sã doutrina ora porque seus pastores deixaram de confiar na inspiração das Escrituras, ora por que alguns ministros se acovardam e optam por despejar uma psicologia barata sobre seus fieis que não os leva a uma comunhão ais íntima com Deus. Enquanto cultos se parecerem co palestras motivacionais ou de autoajuda a igreja está longe de sua missão: fazer discípulos em todas as nações e batizá-los, ensiná-los a guardar todas as ordenanças de Jesus (Mt 28.19,20).

Shakespeare, na obra Rei Lear (Ato IV, Cena I), afirma na voz de Gloster (um nobre velho que caiu nas artimanhas de seu filho bastardo e deserdou seu filho legítimo): “esse é o castigo do tempo, conduzir ao cego o louco”. Vivemos em um mundo em que homens e mulheres cultos são capazes de acreditar em gnomos ou pensadores que viveram e morreram, mas colocam sérios empecilhos na observância da observância da Palavra inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2 Tm 3.16). Eis o triste retrato de nossa geração, que inculcando-se sábia se tornou louca (Rm 1.22).

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