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sábado, 11 de novembro de 2017

A escandalosa pregação da graça


A ESCANDALOSA PREGAÇÃO DA GRAÇA

“Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para vivermos segundo a carne; porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas, se pelo Espírito mortificares as obras da carne, vivereis” (Romanos 8.12,13)



O conceito de liberdade é muito amplo e, em nossa cultura ocidental, varia da concepção hedonista onde o homem livre é aquele que não se privou de nenhum dos prazeres que essa vida poderia oferecer até a concepção do filósofo francês Jean Paul Sartre (1905-1980) na qual a liberdade é um fardo, pois o homem está condenado a ser livre, ou seja, o ser humano está amalgamado a necessidade, contínua e intransferível, de tomar decisões e responder por elas.

Dessa maneira ,esse conceito vai do prazer à prisão, contudo é possível ser livre? Alguém já usufruiu dessa realidade? Essas são perguntas importantes cuja resposta está no cerne da Palavra de Deus. Sim, já existiram homens completamente livres. Possuíam livre arbítrio, porque estavam em um estado de inocência tal que eram completamente neutros a ponto de agradar ou desagradar o Criador. Esses foram nossos primeiros pais, Adão e Eva. Contudo não perseveraram nessa condição e, dando ouvidos à serpente (o diabo), caíram em um estado de depravação total e como Adão era o cabeça da humanidade essa condição foi transmitida a toda humanidade de tal maneira que,  ao nascermos, somos naturalmente filhos da ira (Efésios 2.3), inimigos de Deus. Nessa realidade, o homem não é livre e é impossível que seja, pois o estado de liberdade lhe é nocivo. Partindo do pressuposto de que o seu coração é corrupto e enganoso (Jeremias 17.9) e maus os seus desígnios, sem a graça, tudo o que o homem fará será rebeldia para com o Senhor.

Sartre via a liberdade como uma prisão, porque o homem que não anda pelo Espírito, por melhores que sejam suas atitudes, cairá na conclusão do piedoso não-regenerado de Romanos 7.19: “não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço”. No mesmo passo de agrilhoamento, está o conceito hedonista, pois aquele que vive de sensações e prazeres, vive subjugado a eles na ideia fixa de se não servi-los não viverá adequadamente. Como no poema do poeta americano Henry David Thoreau (1817-1862): “Eu fui à floresta, porque queria viver livre. Eu queria viver profundamente e sugar a própria essência da vida... Expurgar tudo o que não fosse vida; e não, ao morrer, descobrir que não havia vivido”.

A floresta, no poema de Thoureau, é essa liberdade sem limites onde nada pode ser privado, contudo esse conceito em nada se difere do praticado pelos animais e dele só pode surtir a degeneração, contínua e fata, de uma sociedade inteira. A mesma imoralidade que Daniel vira como o barro que enfraquecia o ferro de Roma é a mesma que leva nossa sociedade ao colapso.

A grande notícia que o o evangelho nos comunica é que estamos livres, ou seja, não precisamos dos prazeres dessa vida, nem dos seus tesouros que podem ser comidos de traça, enferrujar e serem roubados, mas aquele que está em Cristo. Aquele que segue a Jesus é rico mesmo privados de todos os bens e feliz, mesmo que nos momentos mais adversos, pois sabe em quem tem crido  e tem certeza de que e poderoso para guardar o seu depósito. Observe o relato do Sadu Sundar Singh a respeito do dia em que foi expulso de casa por ser cristão: “Eu me lembro da noite em que fui expulso de casa - a primeira noite... Passei-a ao relento, sob uma árvore. [...]aquela noite foi a primeira que passei no céu. Uma alegria inexplicável me fazia comparar aquela hora com o luxo da minha casa, onde eu não encontrara paz para o coração. A presença do Salvador transformava o sofrimento em paz”.

Portanto, não existindo liberdade, ou se servirá ao  pecado para a morte  ou a Deus para a vida. Dessa maneira o homem mais livre é aquele que é mais escravo de Jesus Cristo e condiciona sua vida a agradar aquele que lhe resgatou da morte ara a vida e vida eterna.




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