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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Não ame a igreja, ame a Cristo!


Não ame a igreja, ame a Cristo!



Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas- me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. João 21.17.





Paulo afirma que “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (Efésios 5.25). Apesar desse amor ser requerido do ao marido para com sua esposa, pois o Apóstolo dos Gentios entende o casamento como uma parábola da relação que Jesus tem com a igreja, precisamos nos questionar: por qual igreja Jesus se entregou?

A pergunta pode parecer estranha em um primeiro momento, mas devemos nos lembrar de que existem duas igrejas: a visível e a invisível. Aquela é formada por todos que têm seus nomes inscritos no rol de membros, esta é aquela formada pelos eleitos, aqueles que Deus escolheu antes da fundação do mundo (Efésios 1.4).

Essa é a razão pela qual, embora alguém esteja na comunidade, mas não viva ou em algum momento demonstre que suas atitudes não são santas e irrepreensíveis. Jesus explica essa realidade quando nos conta a parábola do joio e do trigo (Mateus 13.24-30), ou seja, em uma mesma congregação convivem juntos o eleito e aquele que, apesar de se parecer salvo, orar, cantar, exercer funções como ta,l não tem parte nem sorte nesse ministério. Não foi à toa que o Salmista afirma: os ímpios não sobreviverão ao Julgamento, nem os pecadores na congregação dos justos” (Salmo 1.5) ou Paulo, advertindo os Presbíteros dede Éfeso, entende que dentre vós mesmos surgirão homens que torcerão a verdade, com o propósito de conquistar os discípulos para si(Atos 20.30). Dessa maneira, o Último Apóstolo mostra que dentro dessa igreja visível para quem ele pregou o Reino tanto em público quanto de casa em casa (Atos 20.20,25) há salvos e inconversos.

Paulo mostra que serviu ao Senhor e não a igreja com lágrimas (Atos 20.19). Seria muito perigoso se o Convertido da Estrada de Damasco servisse e amasse a igreja, porque, não conseguindo enxergar o comunidade dos eleitos, que só Deus pode ver, pois só Ele pode sondar mente e coração, aplicaria uma distinção nociva ao Evangelho. Muitos podem argumentar que o verdadeiro cristão anda em novidade de vida (Romanos 6.4) e que a conversão deve ser vista em frutos produzidos na alma pela ação do próprio Espírito Santo. Entretanto existem escolhidos como o ladrão da cruz que, mesmo sendo chamado desde antes da fundação do mundo, produziu o mais preciso fruto do Espírito nos últimos momentos da vida, assim como, há pessoas como Simão, o mágico, que, embora tenham apresentado aparentes frutos de conversão, quando menos se espera, revelam que não abandonaram, tampouco crucificaram o velho homem (Atos 8.9-24).

Portanto, partindo dos pressupostos de que todos os eleitos estão na igreja, mas, na igreja, não existem apenas cristãos verdadeiros e que somente Deus pode fazer a devida distinção entre eles, não é lícito aos presbíteros amarem a igreja, mas a Cristo, para que pastoreiem o rebanho com fidelidade à Palavra e não às pessoas. Da mesma maneira, o crente não pode amar a igreja mais que a Jesus, pois correm o risco de permanecerem em uma comunidade idólatra por pérfida simpatia.

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