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sábado, 17 de setembro de 2016

A FRAGILIDADE DESSA VIDA


A FRAGILIDADE DESSA VIDA



Essa semana nosso pais parou consternado devido à morte trágica do ator Domingos Montagner (1962-2016). Diante dessa triste realidade, longe das Escrituras a única maneira de avaliar a vida é como Shakespeare (1564-1616) “A vida é sombra passageira. Um pobre ator que chega, agita a cena inteira, diz seu papel e sai. E ninguém mais o nota. É um conto narrado por um idiota, Cheio de sons, de fúria e não dizendo nada” (Macbeth, Ato V, cena V).

A consternação das pessoas está em perceber quão frágil é a vida, quão fútil é a maior parte de nossos projetos e incompreensíveis muitos dos eventos que se amontoam freneticamente em nossas histórias. Se olharmos para essa tragédia com olhos mundanos, fatalmente, tomaremos a via do ceticismo. A única maneira de não sermos esse ator irrelevante, dirigido por um idiota é entendermos que o texto de nossa existência foi escrito pelo Criador de tudo e tudo está no controle de sua sábia e imutável vontade.

Calvino afirma: “por mais que ao homem, com sério propósito, convenha volver os olhos a considerar as obras de Deus, uma vez que foi colocado neste esplendíssimo teatro para que fosse seu espectador, todavia, para que fruísse maior proveito, convém-lhe, sobretudo, inclinar os ouvidos à Palavra” (Intitutas, Livro I, Cap. IV, p. 79).

Apenas as poderosas lentes da Palavra podem corrigir nossa míope perspectiva sobre a vida. O homem tem a inclinação de vê-la como maior do que realmente é, assim como, supervaloriza-la. A Bíblia afirma que a vida do homem é como a erva que pela manhã viceja e floresce, mas à tarde é cortada e seca (Salmo 90. 5,6), assim como, o resumo dessa biografia é canseira e enfado (Salmo 90.10). Contudo somos condicionados a acreditar que a vida humana segue um ciclo natural e nada pode impedir isso. Os deístas acreditavam dessa maneira: o Senhor criou leis e nem Ele pode

mudá-las, ou seja, Deus pode existir, mas jamais ser providente. Contudo é certo que dirige, coverne e sustém todoas as coisas desde a menor até a maior (CFW 5,1).

Mas e quando as coisas não saem dessa maneira como imaginávamos? Quando esse ciclo natural de nascer, crescer se reproduzir e morrer é quebrado tragicamente? A consternação é geral e completa. Por exemplo, a mesma teledramarturgia, em que atuava Domingos Montagner (“Velho Chico”), perdeu um ator, Umberto Magnani, aos 75 anos vítima de um acidente vascular encefálico (AVE) que não teve a mesma proporção, tampouco a mesma carga sentimental. Domingos, no imaginário popular, ele é aquele que morreu cedo (54 anos) no campo de batalha, a própria imagem do herói. É perfeitamente compreensível que um idoso morra (mesmo que provoque tristeza), mas um jovem em circunstâncias trágicas é inadmissível. É perfeitamente admissível que nos entristeçamos, mas sempre pelo prisma da esperança que temo em Cristo (1Tessalonicenses 4.13).

Quando olhamos para a realidade da morte pela sabedoria advinda do homem, no máximo iremos, ao niilismo (nada tem valor e, por isso, tudo é permitido). Entretanto, quando lha avaliamos pela Palavra vemo-la como a consequência do pecado (nossos primeiros pais comeram do fruto proibido – Gênesis 2.16,1) e a solução para esse terrível mal é Jesus Cristo (Romanos 5.12). Obviamente, inúmeras vezes, ficamos perplexos e sem todas as respostas que gostaríamos, mas vivemos para glorificarmos a Deus e nos alegramos nEle para sempre e não para entender todas as coisas. Essa nem é o objetivo da Palavra (Veja Deuteronômio 29.29), antes o que o homem deve crer acerta de Deus e o que Ele requer de nós (pergunta 5 do CM)

Dessa maneira, quando Jesus é o bem mais precioso que temos, viver para nós é Cristo e morrer é lucro (Filipenses 1.21) e, por isso, não buscamos tesouros nessa vida, mas na vindoura onde não seremos frustrados pela ação das traças, da ferrugem ou da astúcia de ladrões (Mateus 6.19-21).

Perceba que Domingos, homem forte, professor de educação física, bom nadador, estava tentando percorrer o Rio São Francisco com a atriz Camila Pitanga teria mais condições que ele de lograr êxito. Ambos poderiam morrer, contudo ela sobreviveu e ele não, porque o dia de nossa morte não é uma mera consequência da ação de vírus, parasitas e bactérias ou da ação de adversidades naturais, mas da ação soberana de Deus. O rei Ezequias estava para morrer, mas o Senhor lhe concede mais quinze anos de vida (2Reis 20.6).

Domingos e Camila percorriam o rio estavam cumprindo um trabalho, divertiam-se e tinham planos, mas apenas um deles saiu com vida daquelas águas. Tiveram tempo para pensar em suas vidas? Nenhum deles queria morrer, mas viver e viver. Nunca haverá tempo para pensarmos em nosso Senhor, pois as águas vorazes da vida podem ceifar, segundo a vontade divina, qualquer pessoa a qualquer tempo.


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