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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Carnaval, dias que passam?


Carnaval, dias que passam?
Nestes dias de festa que se aproximam muitos se entregam aos prazeres dessa vida sem pensar nas alegrias eternas do céu. Ímpios e cristãos superficiais fazem da cultura mundana sua própria expressão de alegria, entretanto a Palavra nos adverte que podemos aproveitar todo o sabor da juventude, seguir os desejos do nosso coração e aquilo que atrai o nosso olhar, mas nos adverte: “de todas essas coisas Deus te pedirá conta” (Ec 11.9).
Seguir os desígnios do coração, certamente, não é coisa boa, pois ele é enganoso, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto (ou donte) (Jr 17.9). Deus não nos criou para sermos felizes aos moldes humanos, mas para servi-lo e, assim, adquirirmos a felicidade eterna que não está sujeita às pessoas e circunstâncias. Dean Ulrich, comentando o livro de Rute, afirma: “Deus não entra em relacionamento conosco para nos dar tudo o que queremos. Ele nos atrai para si para que possamos encontrar segurança, contentamento, paz e alegria nele” (p.38).
Dessa maneira, o apóstolo Paulo nos ensinou que a alegria cristã ela é contínua, porque está no Senhor (Fl 4.4). Quantas pessoas se iludem de que viver a vida é se embebedar-se ou entregar-se a uma vida sexual desregrada, porém as consequências desses atos impensados nessa vida são: a própria degradação da saúde, a estabilidade emocional e a morte, porque o o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6.23).
No livro O Contrabandista de Deus, no qual se relata como o Irmão André contrabandeava Bíblias pelos países comunistas, André, antes de sua conversão estava internado, depois de ser ferido na guerra. Até aquele momento vivera atormentado pelas coisas que vira nos campos de batalha e desafiara a morte infinitas vezes. No Hospital, recuperando-se para voltar à Holanda – sua terra natal – entregava-se ao álcool sempre que podia sair.
Um dia antes de ter alta, uma freira Francisca chamada de Irmã Patrícia, lhe contou como se caçavam macacos na floresta: os nativos sabem que um macaco jamais larga algo que deseja, mesmo que isso signifique perder a liberdade, por isso, pegam um coco, abrem um pequeno buraco grande o suficiente para passar tão somente a pata de um macaquinho e jogam uma pedrinha lá dentro. Quando o macaco pega o coco e percebe que há algo dentro dele, enfia a pata e pega a pedra sem soltá-la. A freira concluiu de maneira sábia: “aquele macaco nunca largará o que pensa ser uma coisa preciosa e a coisa mais fácil do mundo é apanhar alguém que age assim” (p.44).
Quantas pessoas que estão se preparando para o carnaval com bebidas, drogas e “preservativos”, estão agarradas a esses vícios como se fossem bens preciosos, todavia são emoções passageiras que terminam em acidentes, aumento no índice de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), mortes ou, no mínimo, em uma forte ressaca na quarta-feira. Conta-se que o bandeirante Fernão Dias Paes Leme morreu agarrado a pedras que julgava como esmeraldas, mas eram apenas turmalinas (pedra que se parece com a esmeralda, mas tem pouquíssimo valor). Os prazeres dessa vida parecem preciosos, porque são saborosos e aparentemente belos, todavia não podem se comparar com as riquezas que o Senhor tem par oferecer aqueles que o seguem. Assim como o bandeirante, por não ter sólido conhecimento de geologia se enganou, todos aqueles que não conhecem a Palavra podem se iludir e morrer agarrados a meras pedrinhas sem valor.
Há duas palavras na Bíblia para se referir a coroa: diadema (διδημα), a coroa do rei; e o stéfanos (Στφανος), a coroa que o atleta recebe ao chegar vitorioso. Jesus promete: Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa (stéfanos) da vida” (Ap 2.10). Paulo afirma: Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível” (1Cor 9.25). Um atleta faz tantas renúncias pessoais para atingir objetivos olímpicos e conseguir uma medalha, muito mais nós deveríamos nos esforçar em nossa vida renunciando o jugo dos vícios e prazeres desse mundo para perseguirmos aquela coroa eterna.
O stéfanos dos atletas na Antiguidade era uma coroa feita de folhas de oliveiras, por isso depois de alguns dias estava murcha e sem vida. Talvez isso causasse frustração ao esportista que se esforçou de forma intensa por palmas que se dissiparam e uma coroa que será jogada fora, por isso Pedro fala da imarcescível (que não murcha) coroa da glória (1Pd 5.4). Da mesma maneira, muitos podem nos final da vida olhar para as conquistas, a luxúria, as bebedices, as comilanças, os títulos pendurados na parede e os trabalhos empreendidos e reconhecer como Salomão: “tudo é vaidade e correr atrás do vento” (Ec 1.17b).
Screwtape, um diabo que tenta ensinar seu sobrinho – Wormwood – a arte de tentar, da obra Cartas do Inferno de C.S. Lewis, explica que o inferno não pode criar o prazer, mas tentar o homem a tomar o prazer criado por Deus e usa-lo em formas ou intensidades que Ele proíbe. Nesses dias muitos estão dando uma direção pecaminosa a ímpetos de seus corações, porém esses lampejos fugazes dos desejos pecaminosos do homem só o afastam de Deus (Is 59.2) e levam a um vazio terrível e desolador, porque não há quem esteja longe de Jesus e encontre prazer, pois na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente (Sl 16.11b).



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