Dúvidas sobre o Culto
Familiar
1. O que é o Culto Familiar?
Como ele se relaciona com nossa vida cristã?
O homem existe
para duas atividades muito importantes: glorificar a Deus e se alegrar nele
para sempre. Glorificamos a Deus de três maneiras: em particular, em família e
em público.
Geralmente, as
pessoas, quando pensam na tarefa de glorificar a Deus, imaginam imediatamente o
Culto dominical na beleza de seus hinos, cânticos espirituais e pregação.
Infelizmente, a boa participação no Culto Solene só será possível se estivermos
abastecidos por uma vida cujo maior anseio está na busca por um relacionamento
com Deus. A Bíblia diz: “Buscai o
SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is 55.6).
Sobre nossa
oração particular, Jesus nos exorta a orarmos sempre e nunca esmorecermos (Lc
17.37), por isso, ela é parte vital de nossa vida cristã. Precisamos ter nosso
momento com o Senhor, em que, como Maria, poderemos nos assentar aos pés de
Jesus, convictos de que escolhemos a melhor parte (Lc 10.42).
Devemos estar
conscientes de que, como Marta, irmã de Lázaro, temos inquietações e nos
preocupamos com muitas coisas, mas o Senhor não deve ser negligenciado nem por
assuntos vitais, tal como nosso alimento, bebida ou vestuário (Mt 6.31,32). O
Mestre nos exorta: “buscai, pois, em primeiro
lugar, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas”
(Mt 6.33).
Igualmente,
precisamos glorificar a Deus em nossa vida familiar. Dessa maneira, o Culto
doméstico é o momento em que a família se reúne para glorificar a Deus na
leitura da Palavra, com cânticos e orações em espírito e em verdade (Jo 4.23).
Quando
glorificamos a Deus nas diversas áreas de nossa vida a tarefa de nos alegarmos
para sempre no Senhor se torna fácil e natural, pois aprendemos na oração a nos
submetermos e confiarmos que “todas as
coisas (as circunstâncias que nos parecem boas e aquelas que, em um primeiro
momento, não nos parecem favoráveis, mas escondem a mão providente do Senhor)
cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo
o seu propósito”
(Rm 8.28).
2. Qual a importância do
Culto Familiar?
O Pastor
presbiteriano do séc. XIX James Waddel Alexander (1804-1859) disse: “é
inevitável que o culto familiar, como uma forma de adoração espiritual,
enfraqueça e desapareça em tempos quando o erro e o mundanismo invadem a
igreja”.
Vivemos em
tempos difíceis, nos quais a fé cristã parecer estar sendo suplantada tal como
nos dias de Noé, quando “a maldade do
homem se havia multiplicado na terra e era continuamente mau todo desígnio do
seu coração”
(Gn 6.5), todavia entendemos, tal como J.I. Packer, “Deus tem o comando completo
desse mundo. Sua mão pode estar escondida, mas seu governo é absoluto”. Nesse
contexto, somos convocados por Paulo: “não
sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5.11).
Dessa maneira
gostaria de mostrar algumas razões pelas quais o Culto Familiar é importante:
a) O Culto Familiar é o momento
em que testemunhamos que somos de Cristo e não pertencemos ao mundo. Logo,
enquanto muitos estão preocupados com afazeres mundanos, nós nos voltamos ao
Senhor com espíritos gratos;
b) O Culto familiar é o momento
em que o casal exerce a influência cristã uns sobre os outros e ambos sobre os
filhos. O pastor puritano Jonathan Edwards afirmava: afadiguem-se em ensinar,
aconselhar e orientar seus filhos; criem-nos na disciplina e na admoestação do
Senhor; comecem cedo, quando ainda há oportunidade”;
c) O Culto familiar leva nossa
família a uma participação mais plena na vida da Igreja;
d) O Culto Familiar contribui
para a diminuição de brigas e desentendimentos. Leonard Ravenhill afirma, no livro
Por que tarda o pleno avivamento, que a oração é um poderoso purificador
da alma, pois podemos observar que “nunca oramos pela vida das pessoas que
falamos mal e jamais falamos mal das pessoas pelas quais oramos”;
e) Pelo Culto Familiar, somos
obrigados a testemunharmos o Senhor em nossas vidas, especialmente entre
aqueles que amamos e estão mais suscetíveis as nossas incoerências;
f)
No Culto familiar, o marido exemplifica a sua esposa e ambos
aos filhos a necessidade de buscar a Deus;
g) Quando as famílias assumem o
compromisso do Culto Familiar, elas mudam a vida da igreja, que transforma a
vida moral da sua cidade, consequentemente do seu Estado e de sua nação. Jerry
Marcellino afirma, no livro Redescobrindo o tesouro perdido do Culto
Familiar, “a falta de vida que muitas igrejas experimentam em nossos dias
pode ter sua origem nas muitas famílias cujos membros adoram a Deus somente no
domingo”.
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