O INCOMENSURÁVEL VALOR DO
CRISTÃO
“Agora, pois, se
diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis
a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é
minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que
falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19.5,6)
Inúmeras vezes, o mundo em que vivemos nos agregara um
valor que não temos, tampouco merecemos e nos subtrairá o valor que temos e que
de fato nos define. O valor que o mundo lhe atribui está ligado ao seu ter
(dinheiro, influência, cargos, títulos, etc.). Dessa maneira, o seu valor
estará relacionado ao valor de suas posses, por isso, quando mais valioso for
aquilo que você tem mais honrado você será, todavia a diminuição do valor de
suas posses acarretará uma desvalorização daquilo que você é. O mundo dá valor
às pessoas pelo que elas podem oferecer. Por isso, crianças e velhos são tão
negligenciados, porque não oferecem valor prático aos nossos tempos que se
esqueceu da sabedoria e da ternura em nome da vantagem a qualquer custo.
Algumas igrejas, adeptas da teologia da prosperidade
seguem esse fluxo maldito, porque ligam a intimidade com Deus aos bens
materiais que Ele possa dar. De fato, o Senhor é o dono do ouro e da prata
(Ageus 2.8), contudo não foi o Senhor que tentou oferecer dinheiro em troca de
adoração, mas Satanás (Mateus 4.8-10).
O valor que temos para Deus não está em nós, muito menos
naquilo que podemos Lhe oferecer, “pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças,
como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades,
como um vento, nos arrebatam” (Isaías 64.6).
Em certa ocasião, o Tenente nazista Rahms questiona Corrie sobre a eficácia de dar
aula de Escola Dominical a crianças que sofriam de síndrome de Down, o biólogo
ateus Richard Dawkins disse, recentemente, que era imoral dar à luz bebês com
síndrome de Down[1]
(disse o biólogo Sul-Africano: “aborte e
tente de novo, é imoral trazer ‘isso’ ao mundo se você tiver escolha”).
Tanto a Dawkins como ao Tenente Rahms a resposta de Corrie é pertinente: o
valor do homem advém do fato dele ter sido criado a imagem e semelhança ao seu
Criador (Gênesis 1.26). Essa imagem não foi extinta de nosso coração, mas
gravemente deteriorada, entretanto, por misericórdia e sem nenhum merecimento,
o Senhor mandou Seu filho unigênito, Jesus Cristo, para restaurá-la nos eleitos
pelo sangue da cruz do calvário. Entretanto esse valor, que temos em Jesus, o
mundo quer subtrair fazendo muitos crer que é mentira, fábula infantil, um terrível
engodo, etc.
Moisés, em Êxodo 19.5, mostra que somos tesouros para o
Senhor. A palavra utilizada no hebraico é o termo segullah (סְגֻלָּה), que apesar de ser traduzido por “propriedade”
na ARA e muitos dicionaristas seguem essa mesma tradução:
·
Schökel: propriedade, pertença, domínio,
posse, acúmulo (tesouro);
·
Dicionário Teológico do Antigo Testamento: “o sentido básico desse substantivo é de propriedade
particular ou de adquirir propriedade”;
·
Holladay: propriedade pessoal.
Segundo o comentarista Delitzsch, segullah seria melhor traduzido por “tesouro” pois é utilizado com
essa denotação em 1Crônicas 29.3 e Eclesiastes 2.8, assim como não significa
apenas propriedade, mas uma posse valiosa. Entendamos que diferente dos
tesouros mundanos, que existem para agregar valor aos seus possuidores. Quando
o Espírito Santo nos chama de tesouros de Deus ou propriedades exclusivas do
Senhor, isso não quer dizer que atribuamos qualquer dignidade a Ele, mas é o
fato de pertencermos a Ele que nos faz valiosos. Assim como tintas e telas ou
argila são objetos de pouquíssimo valor até serem utilizados pelo artista que
pode transformá-los em obras de arte de valor incalculável. Quando pertencemos
ao Senhor e somos transformados por Ele (ou seja temos sua imagem restaurada em
nós por meio de Jesus Cristo) passamos a ter um valor incalculável.
Contudo, para sermos esse tesouro particular, precisamos
diligentemente ouvir a voz do Senhor e guardarmos sua aliança. A ideia não é
que precisamos fazer algo para pertencermos a Deus, porque a salvação não se dá
pelas obras para que ninguém possa contar vantagem diante do Senhor (Efésios
2.8-10), mas única e exclusivamente pela graça. Não fomos nós que nos dirigimos
a Cristo, mas fomos arrastados como cadáveres por Deus a Seu Filho Jesus Cristo
que nos vivificou (João 6.44 e Efésios 2.1-7).
A Bíblia afirma que não há um justo sequer (Romanos 3.12;
Salmo 14.1-3; Salmo 53.1-3). O nosso valor está no fato de que éramos material
de refugo, que deveríamos ser jogados fora (irmos para o inferno), mas o Senhor
nos resgatou em Jesus (Gálatas 4.5: o verbo resgatar utilizado aqui exagorazo [ἐξαγοράζω] que significa comprar um escravo para si
próprio).
A magnífica estátua de Davi do pintos, escultor, poeta e
arquiteto Michelangelo di Ludovico Buonarroti (1475-1594) foi esculpida em
bloco de mármore que há quarenta anos estava abandonado. Talvez você esteja se
sentido abandonado e vazio, mas saiba se Michelangelo fez de um mármore
abandonada a estátua mais vista dos últimos 512 anos. Deus, o Criador, fará
algo esplêndido na sua vida. Você pode argumentar que sua vida não tem mais
jeito, mas a Palavra diz que Jesus faz novas (restaura) todas as coisas
(Apocalípse 21.5). Lembre-se de que “Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os
sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus
escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são,
para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença
de Deus” (1Coríntios 1.27-29).
Portanto não somos feitos tesouros porque ouvimos a voz
de Deus e guardamos a sua lei, mas, porque ele nos fez seu tesouro pessoal nos
deleitamos em ouvir com toda atenção sua voz e guardarmos sua aliança. Contudo
o mundo jamais verá essa riqueza, mas tão somente o Senhor e aqueles que ele
chamar para esse mesmo fim. Jesus afirma: “aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das
ovelhas. Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo
nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas
as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem
a voz [...] Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém
conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.” (João 10.2-4).
Deus escolheu um povo, apesar de ser Senhor de toda a
terra, esses lhe são além de tesouro, mas também, reino de sacerdotes, porque
têm em Cristo livre acesso a ele, assim como, nação santa. É interessante que o
Autor inspirado ao invés de usar o palavra hebraica am (עַם), que frequentemente é utilizada ao povo
judeu, mas o termo gôy (גּוֹי),
utilizada com mais frequência aos gentios, aqueles que não faziam parte da
nação judaica, mostrando que esse povo santo, separado não era de uma nação
específica, mas de todas as línguas, povo e nações (Veja Salmo 117 e Filipenses
2.11).
Saiba que o seu valor não está inerente em você e nas
suas forçar, mas naquilo que Deus tem feito em sua vida.
[1] http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2014/08/1504047-richard-dawkins-diz-ser-imoral-dar-a-luz-a-bebes-com-sindrome-de-down.shtml.
Acessado no dia 9 de agosto de 2016 às 13h37.
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