O Cristianismo Autêntico
“Vós, porém, sois raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a
fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9)
O que faz alguém ser um seguidor autêntico de Jesus
Cristo? Será que o simples fato de pertencer uma igreja ou gostar de Jesus e
seus ensinos são capazes de produzir um cristão? Todos os membros de igrejas
sérias ou não são genuínos discípulos do Mestre e Senhor? Todos aqueles que
dizem gostar dos ensinos de Jesus os praticam de fato?
Esse versículo nos mostra que os cristãos possuem marcas
que indicam sua genuinidade. A palavra “genuíno” é interessante para esse
contexto. Esse termo vem do latim genus,
us que significa joelho. O pai, ao nascer seu filho, colocava-o no joelho
e, vendo seus traços nela dava-lhe seu nome, contudo, se não visse, os traços
que a caracterizam como seu filho. Será que, se todos os que se dizem cristãos
fossem colocados no colo do Senhor, Ele veria características que mostram que
pertencemos aos seus filhos?
Pedro, com a conjunção “porém” (δὲ), mostra que tudo o que Pedro está falando nos versículos 9 e 10
está em contradição com o que foi falado anteriormente, ou seja, aqueles que
não creram em Cristo, porque estavam destinados a esse fim (1Pedro 2.7,8).
Esses são reconhecidos como pedras de tropeço e rocha de escândalo.
Lembremo-nos de que o próprio Pedro, outrora, foi reconhecido como rocha de
escândalo pelo Senhor, pois, em nome de um falso amor próprio pensava,
diabolicamente, como homem e não como Deus (Mateus 16.21-23).
1. Uma nova identidade
coletiva
“Vós, porém, sois raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus
[...]”
a)
Raça
eleita: o cristão é um eleito, desde antes da fundação do mundo
(1Pedro 1.2; Efésio 1.4), contudo não é apenas um eleito isolado, mas parte de
um povo/raça eleita. Os cristãos são um novo povo nem mais judeus, tampouco
gentios, pois Jesus “é a nossa paz, o
qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava
no meio, na sua carne desfez a inimizade” (Efésios 2.14). Jesus diz a
Nicodemus que ele deveria nascer de novo da água e do Espírito (João 3.3) para
ver o Reino de Deus e Pedro nos mostra que de fato essa raça eleita nasceu pela
ressurreição (1Coríntios 15.14) e pela ação transformadora da Palavra sob a
iluminação do Espírito Santo. Na ressurreição de Cristo, nascemos de novo,
contudo para uma viva esperança
(1Pedro 1.3), assim como, pela Palavra renascemos de uma semente incorruptível
(1Pedro 1.23);
b)
Sacerdócio
real: Pedro
está citando Êxodo 19.6 (assim como Deuteronômio 7.6 e Isaías 62.12). O cristão
está associado a dois ofícios de cristo nessa característica: ao seu reinado
(veja Roamanos 5.17) e ao seu sacerdócio (veja Hebreus 4.13-16);
c)
Nação
santa: Pedro
cita novamente Êxodo 19.6. Esse novo povo que nasce em Cristo é chamado a ser
santos (Veja 1Pedro 1.15,16). A ideia de santidade exposta pela Bíblia é bem
diferente daquela que somos forçados a aprender. O mundo acredita,
erroneamente, que santo é aquele que tem uma vida perfeita sem pecado algum,
mas isso é impossível ao homem nesse mundo caído, por isso, a ideia bíblica de
santidade é que alguém foi separado para servir o Senhor. Portanto aqueles que
seguem o Caminho não devem assumir o fluxo do mundo e sua conduta pervertida,
mas viver de tal maneira que das menores Às maiores atitudes glorifiquem o
Senhor;
d)
Propriedade
exclusiva: somos
povo adquirido por Deus por meio do sangue de Jesus Cristo (Tito 2.14);
2. Uma missão
“[...]a fim de proclamardes
as virtudes daquele que vos chamou[...]”
Esses adjetivos que identificam os cristãos não existem
de maneira infrutífera, tampouco para o nosso mero deleite, mas para uma
finalidade: proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou.
Dessa maneira, se alguns se dizem cristão, mas não exerce
esse objetivo equivocou-se quanto a sua conversão, pois a Palavra adverte: “já está posto o machado á raiz das árvores;
toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo”
(Mateus 3.10). Assim como um agricultor corta os galhos infrutíferos (falsos
crentes que estão na igreja) limpa os galhos frutíferos para que produzam mais
(João 15.1,2).
Não desempenhamos essa missão apenas porque ela nos
parece bela, mas, acima de tudo, pelo fato de termos sido chamados (João 6.44)
e só aqueles que foram chamados reunirão as características elencadas, assim
como desempenharam a missão com eficácia. Jesus nos adverte que o joio cresce
lado a lado com o trigo elas se parecem e estão no mesmo ambiente, contudo,
aquele é uma erva daninha venenosa, esta é uma planta útil. Igualmente, o
cristão e o ímpio existem no mesmo mundo e, inúmeras vezes reúnem-se na mesma
igreja, mas apenas esse será preservado (Mateus 13.24-30).
2. Um marco
“[...] vos chamou das trevas para a
maravilhosa luz”
O cristão tem um marco em sua vida, um antes e um depois
de Cristo (Veja Efésios 2.11-13; 1Tessalonicenses 1.9; Filipenses 3.8). Se
nossa vida cristã é igual ou muito semelhante àquela que possuíamos antes de
nossa conversão isso se torna um problema que é perceptível em nossos dias:
existem muitas pessoas que se dizem seguidores de Jesus o fazem apenas no nível
das ideias, pois a conduta é a do velho homem.
Portanto, o autêntico cristão tem características em
comum a outros discípulos do Senhor; tem uma missão e consegue apontar um marco
em suas vida, ou pelo menos, com a vida ao mundo ao seu redor.
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