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sábado, 20 de agosto de 2016

O Cristianismo Autêntico


O Cristianismo Autêntico

 


“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pedro 2.9)



O que faz alguém ser um seguidor autêntico de Jesus Cristo? Será que o simples fato de pertencer uma igreja ou gostar de Jesus e seus ensinos são capazes de produzir um cristão? Todos os membros de igrejas sérias ou não são genuínos discípulos do Mestre e Senhor? Todos aqueles que dizem gostar dos ensinos de Jesus os praticam de fato?

Esse versículo nos mostra que os cristãos possuem marcas que indicam sua genuinidade. A palavra “genuíno” é interessante para esse contexto. Esse termo vem do latim genus, us que significa joelho. O pai, ao nascer seu filho, colocava-o no joelho e, vendo seus traços nela dava-lhe seu nome, contudo, se não visse, os traços que a caracterizam como seu filho. Será que, se todos os que se dizem cristãos fossem colocados no colo do Senhor, Ele veria características que mostram que pertencemos aos seus filhos?

Pedro, com a conjunção “porém” (δὲ), mostra que tudo o que Pedro está falando nos versículos 9 e 10 está em contradição com o que foi falado anteriormente, ou seja, aqueles que não creram em Cristo, porque estavam destinados a esse fim (1Pedro 2.7,8). Esses são reconhecidos como pedras de tropeço e rocha de escândalo. Lembremo-nos de que o próprio Pedro, outrora, foi reconhecido como rocha de escândalo pelo Senhor, pois, em nome de um falso amor próprio pensava, diabolicamente, como homem e não como Deus (Mateus 16.21-23).



1. Uma nova identidade coletiva

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus [...]”

a)    Raça eleita: o cristão é um eleito, desde antes da fundação do mundo (1Pedro 1.2; Efésio 1.4), contudo não é apenas um eleito isolado, mas parte de um povo/raça eleita. Os cristãos são um novo povo nem mais judeus, tampouco gentios, pois Jesus “é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade” (Efésios 2.14). Jesus diz a Nicodemus que ele deveria nascer de novo da água e do Espírito (João 3.3) para ver o Reino de Deus e Pedro nos mostra que de fato essa raça eleita nasceu pela ressurreição (1Coríntios 15.14) e pela ação transformadora da Palavra sob a iluminação do Espírito Santo. Na ressurreição de Cristo, nascemos de novo, contudo para uma viva esperança (1Pedro 1.3), assim como, pela Palavra renascemos de uma semente incorruptível (1Pedro 1.23);

b)    Sacerdócio real: Pedro está citando Êxodo 19.6 (assim como Deuteronômio 7.6 e Isaías 62.12). O cristão está associado a dois ofícios de cristo nessa característica: ao seu reinado (veja Roamanos 5.17) e ao seu sacerdócio (veja Hebreus 4.13-16);

c)    Nação santa: Pedro cita novamente Êxodo 19.6. Esse novo povo que nasce em Cristo é chamado a ser santos (Veja 1Pedro 1.15,16). A ideia de santidade exposta pela Bíblia é bem diferente daquela que somos forçados a aprender. O mundo acredita, erroneamente, que santo é aquele que tem uma vida perfeita sem pecado algum, mas isso é impossível ao homem nesse mundo caído, por isso, a ideia bíblica de santidade é que alguém foi separado para servir o Senhor. Portanto aqueles que seguem o Caminho não devem assumir o fluxo do mundo e sua conduta pervertida, mas viver de tal maneira que das menores Às maiores atitudes glorifiquem o Senhor;

d)    Propriedade exclusiva: somos povo adquirido por Deus por meio do sangue de Jesus Cristo (Tito 2.14);



2. Uma missão

“[...]a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou[...]”

Esses adjetivos que identificam os cristãos não existem de maneira infrutífera, tampouco para o nosso mero deleite, mas para uma finalidade: proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou.

Dessa maneira, se alguns se dizem cristão, mas não exerce esse objetivo equivocou-se quanto a sua conversão, pois a Palavra adverte: “já está posto o machado á raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo” (Mateus 3.10). Assim como um agricultor corta os galhos infrutíferos (falsos crentes que estão na igreja) limpa os galhos frutíferos para que produzam mais (João 15.1,2).

Não desempenhamos essa missão apenas porque ela nos parece bela, mas, acima de tudo, pelo fato de termos sido chamados (João 6.44) e só aqueles que foram chamados reunirão as características elencadas, assim como desempenharam a missão com eficácia. Jesus nos adverte que o joio cresce lado a lado com o trigo elas se parecem e estão no mesmo ambiente, contudo, aquele é uma erva daninha venenosa, esta é uma planta útil. Igualmente, o cristão e o ímpio existem no mesmo mundo e, inúmeras vezes reúnem-se na mesma igreja, mas apenas esse será preservado (Mateus 13.24-30).



2. Um marco

“[...] vos chamou das trevas para a maravilhosa luz”



O cristão tem um marco em sua vida, um antes e um depois de Cristo (Veja Efésios 2.11-13; 1Tessalonicenses 1.9; Filipenses 3.8). Se nossa vida cristã é igual ou muito semelhante àquela que possuíamos antes de nossa conversão isso se torna um problema que é perceptível em nossos dias: existem muitas pessoas que se dizem seguidores de Jesus o fazem apenas no nível das ideias, pois a conduta é a do velho homem.

Portanto, o autêntico cristão tem características em comum a outros discípulos do Senhor; tem uma missão e consegue apontar um marco em suas vida, ou pelo menos, com a vida ao mundo ao seu redor.

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