O sentido do Natal
O
Natal chegou e já nos acostumamos com as imagens peculiares de uma festa tão
popular quanto mal comemorada. É, igualmente, comum que nos façamos a pergunta
“clichê”: qual o verdadeiro sentido do Natal?. É uma indagação tão trivial e
redundante, quando a incapacidade de respondê-la adequadamente.
Acaso
o Natal se resume a figura de um velhinho afetuoso que, apesar do verão,
insiste na vestimenta de inverno; enquanto se pede carrinho ou boneca do seu
saco mágico só saem balinhas; viaja de renas voadoras no dia vinte e quaro de
dezembro, mas chega no “Shopping” de helicóptero. Essa é a magia do Natal? Com
certeza não!
Será,
então, uma festa cheia de comida e bebida? Onde famílias, que o ano inteiro
viveram longe, estreitam seus laços por bem ou por conveniência? Evidentemente
não é esse o sentido dessa festa! Talvez sejam as luzes e os enfeites que mexam
com as pessoas? Será os comerciais bem elaborados e divertidos onde se ensina
como cantar a mesma canção ou comprar mesma bebida de maneiras diferentes?
Obviamente não! O verdadeiro sentido do Natal é Jesus.
Não
tenho aqueles pudores de rejeitar o Papai Noel e impedir que minhas filhas o
vejam por medo de perderem o foco. Isso é uma questão cultural. Sei que nós,
como pais, e a igreja, como família da fé, temos apontado para elas a
manjedoura de Belém como a realidade mais profunda dessa comemoração. Buscar
familiares e encher a barriga com galináceos e outros gêneros alimentícios só
terá sentido se estivermos dispostos a nos doar nessa relação como Jesus se
doou por nós na cruz (Filipenses 2.7), a natural extensão da manjedoura. Quando
o Emanuel é o centro de nossas vidas tudo fica em segundo plano até a nossa
própria existência.
Muitos
Evangélico dirão que Jesus não nasceu no dia vinte e cinco de dezembro e isso é
verdade. Dirão que essa foi a maneira da igreja cristianizar a data pagã do solis invictus, a superstição ímpia de
que, no solstício de inverno, o sol, apesar de perder a luta contra as trevas,
saia vigoroso, vencedor, irradiando sua luz absoluta. Mas não foi Zacarias, de
forma inspirada, que comparou o Messias ao sol nascente dizendo: “graças à entranhável
misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas,
para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos
pés pelo caminho da paz” (Lucas 1.78,79)?
Contudo
não é dever contínuo da igreja recordar-se e render graças a Deus pelo fato do
Senhor ter cumprido a promessa feita a nossos primeiros pais, quando falando a
serpente (diabo – Apocalipse 20.2) prometeu: “porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a
sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”
(Gênesis 3.15)? Há uma inimizade permanente entre os descendentes da mulher a
linhagem de Sete que adoram o Senhor (Gênesis 4.26) e a linhagem de Caim que
imitam a conduta diabólica, mentirosa e assassina de seu pai, o diabo (João
8.44). Essas duas sementes convivem no mesmo terreno do mundo como o joio e o
trigo até o dia do juízo (Mateus 13.30).
A
esperada profecia se concretizou na plenitude do tempo (Gálatas 4.4) quando os
mares estavam pacificados aos portadores do Evangelho para que o singrassem sem
o perigo de piratas; quando estradas partiam de Roma a todas as extensões do
império e a língua grega, compreendida na maior parte do império, permitia a
melhor transmissão da Santa Mensagem.
Em
um momento da história a jovem Maria pronunciava seu sim, qual nos dias de
outrora, quando o Espírito pairava sobre as águas, vinha sobre ela o poder do
Altíssimo lha cobriam (Lucas 1.35) de tal maneira que Jesus compactuou na
natureza de sua mãe que foi unida a sua natureza divina sem conversão, fusão ou
confusão.
O
Pai dava seu filho unigênito (João 3.16) e se agradaria em moê-lo a fim de ver
o prolongamento de sua posteridade e a vontade do Senhor prosperar em suas mãos
(Isaías 53.10). E sanou todos os obstáculos humanos, pois sanou as dúvidas de
José (Mateus 1.24) e quando todos fecharam suas portas havia uma manjedoura de
maneira que a primeira noite de natal foi vista pelos pastores, os animais e o
coro dos anjos.
Lembre-se
de que a sua noite de Natal pode não ser a mais luminosa aos olhos dos homens,
mas você será feliz se a luz do mundo irradiar seu coração. Talvez não haja a
ceia sonhada, mas será farta se o pão da vida já o tiver saciado. Pode não ter
um o Papai Noel com um saco de presente nas costas, mas será maravilhosa se
você entender que ganhou o maior presente de todos – a vida eterna – daquele
que carregou a cruz no seu lugar. O seu Natal não precisa ser bom na
perspectiva dos homens se for pleno em Jesus.
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