A ESCANDALOSA PREGAÇÃO DA GRAÇA
“Portanto, irmãos, somos devedores, não à carne para
vivermos segundo a carne; porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer;
mas, se pelo Espírito mortificares as obras da carne, vivereis” (Romanos 8.12,13)
O conceito de liberdade é muito amplo e, em nossa cultura
ocidental, varia da concepção hedonista onde o homem livre é aquele que não se
privou de nenhum dos prazeres que essa vida poderia oferecer até a concepção do
filósofo francês Jean Paul Sartre (1905-1980) na qual a liberdade é um fardo,
pois o homem está condenado a ser livre, ou seja, o ser humano está amalgamado
a necessidade, contínua e intransferível, de tomar decisões e responder por
elas.
Dessa maneira ,esse conceito vai do prazer à prisão, contudo
é possível ser livre? Alguém já usufruiu dessa realidade? Essas são perguntas
importantes cuja resposta está no cerne da Palavra de Deus. Sim, já existiram
homens completamente livres. Possuíam livre arbítrio, porque estavam em um
estado de inocência tal que eram completamente neutros a ponto de agradar ou
desagradar o Criador. Esses foram nossos primeiros pais, Adão e Eva. Contudo
não perseveraram nessa condição e, dando ouvidos à serpente (o diabo), caíram
em um estado de depravação total e como Adão era o cabeça da humanidade essa
condição foi transmitida a toda humanidade de tal maneira que, ao nascermos, somos naturalmente filhos da
ira (Efésios 2.3), inimigos de Deus. Nessa realidade, o homem não é livre e é
impossível que seja, pois o estado de liberdade lhe é nocivo. Partindo do
pressuposto de que o seu coração é corrupto e enganoso (Jeremias 17.9) e maus
os seus desígnios, sem a graça, tudo o que o homem fará será rebeldia para com
o Senhor.
Sartre via a liberdade como uma prisão, porque o
homem que não anda pelo Espírito, por melhores que sejam suas atitudes, cairá
na conclusão do piedoso não-regenerado de Romanos 7.19: “não faço o bem que quero, mas o mal que não
quero, esse faço”. No mesmo
passo de agrilhoamento, está o conceito hedonista, pois aquele que vive de
sensações e prazeres, vive subjugado a eles na ideia fixa de se não servi-los
não viverá adequadamente. Como no poema do poeta americano Henry David Thoreau
(1817-1862): “Eu fui à floresta, porque queria viver
livre. Eu queria viver profundamente e sugar a própria essência da vida...
Expurgar tudo o que não fosse vida; e não, ao morrer, descobrir que não havia
vivido”.
A floresta, no poema de
Thoureau, é essa liberdade sem limites onde nada pode ser privado, contudo esse
conceito em nada se difere do praticado pelos animais e dele só pode surtir a
degeneração, contínua e fata, de uma sociedade inteira. A mesma imoralidade que
Daniel vira como o barro que enfraquecia o ferro de Roma é a mesma que leva
nossa sociedade ao colapso.
A grande notícia que o o evangelho nos comunica é que
estamos livres, ou seja, não precisamos dos prazeres dessa vida, nem dos seus
tesouros que podem ser comidos de traça, enferrujar e serem roubados, mas
aquele que está em Cristo. Aquele que segue a Jesus é rico mesmo privados de
todos os bens e feliz, mesmo que nos momentos mais adversos, pois sabe em quem
tem crido e tem certeza de que e
poderoso para guardar o seu depósito. Observe o relato do Sadu Sundar Singh a respeito
do dia em que foi expulso de casa por ser cristão: “Eu me lembro da noite em
que fui expulso de casa - a primeira noite... Passei-a ao relento, sob uma
árvore. [...]aquela noite foi a primeira que passei no céu. Uma alegria
inexplicável me fazia comparar aquela hora com o luxo da minha casa, onde eu
não encontrara paz para o coração. A presença do Salvador transformava o
sofrimento em paz”.
Portanto, não existindo liberdade, ou se servirá ao pecado para a morte ou a Deus para a vida. Dessa maneira o homem
mais livre é aquele que é mais escravo de Jesus Cristo e condiciona sua vida a
agradar aquele que lhe resgatou da morte ara a vida e vida eterna.
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