Noé, a arca, o
arco-íris e a igreja
No dia 26 de junho de 2015, a Suprema Corte dos
Estados Unidos da América legalizou a união de pessoas do mesmo sexo em todo o
país. Essa decisão não é uma novidade, pois desde 2003 há movimentação jurídica
sobre esse assunto.
Para comemorar esse fato, o Facebook criou aplicativo para pintar as fotos do perfil com as
cores do arco-íris, que, em 1978, foi apresentado pelo artista Gilbert Baker
como um símbolo forte para ativistas no Festival do Orgulho da Califórnia.
Originalmente, a bandeira do “orgulho” gay tinha
seis cores, porém outras foram acrescentadas: o rosa (sexualidade), vermelho
(vida), laranja (saúde), amarelo (sol), verde (natureza), azul claro (arte),
azul escuro (harmonia) e o roxo (espiritualidade).
Segundo a Folha, apesar da enxurrada multicolorida
de pessoas que foram arrebatadas por essa moda o que, aproximadamente, foram
significa 26 milhões de pessoas, esse número, perto do 1,4 bilhões de usuários,
é apenas 2%. Obviamente, esse aplicativo não passa de um teste de mercado e
muitos que aderiram a ele o fizeram por motivos dúbios.
Contudo o arco-íris não é uma marca registrada dos
ativistas GLBTs, haja vista, que, antes do século XX (pois foi idealizada pelos
revolucionários republicanos de 1817), o estado de Pernambuco ostenta um
arco-íris de três cores que representa a união de todos os pernambucanos em um
novo tempo. Esse símbolo tem sua origem nas Escrituras e possui um significado
totalmente adverso aquele que é representado em nossos dias.
A Bíblia fala de arco-íris (Gn 9.13-16; Ez 1.28 e Ap
4.3) e o primeiro aparece no contexto de Noé, pregador da justiça (2Pe 2.5),
filho de Lameque (Gn 5.28,29) que viveu dias de grande degradação moral (Gn
6.5) devido a união dos filhos de Deus e as filhas dos homens (Gn 6.1-4), o que,
segundo Kaiser (2001, p.50), trata-se de misturas sociais, ou seja, “governantes ambiciosos, despóticos e
autocráticos que se agarravam ao poder e a mulheres como lhes aprouvesse”. Nesse
contexto, Deus achou graça em Noé e o chamou para fazer uma arca de cipreste,
pois daria cabo de toda a humanidade (exceto de Noé e seus filhos e noras, oito
pessoas – Gn 6. 13-17; 1Pe 3.20).
A própria construção da arca era uma pregação contínua,
porque anunciava que todo aquele que não estivesse seguro nos propósitos
divinos, inevitavelmente, feneceria. Com anúncio muito menor (Jn 3.4), Nínive
se converteu e não foi destruída nos dias do Profeta Jonas (séc. VIII a.C.).
Aqueles que não estavam na arca foram atingidos por
uma catástrofe súbita que durou quarenta dias e quarenta noites (Gn 7.4).
Segundo Archer (1984, p.118,119), o pensamento científico não acredita no
relato histórico do dilúvio, porque, para cobrir os himalaias, exigir-se-ia uma
quantidade de água maior do que aquela que existe hoje, as quais não poderia
ser drenadas. Essa enorme quantidade eliminaria toda a vida vegetal, assim como
a grande quantidade de pressão mataria 90% da vida marinha existente, as quais
sobrevivem nas cinqüenta primeiras braçadas de profundidade. Existem regiões (Auvergne
da França) não possuem evidência de atividade diluviana.
Os cones milenares de escórias e cinzas soltas podem
ser pós-diluvianos e terem sido datados de maneira errada, assim como a demais
evidências não se sustentam diante da ação criadora e recriadora de Deus.
Relatos de um dilúvio universal não aparecem só na Bíblia, mas também do Timeu de Platão (cap.III), na Metamorfose de Ovídio, a lenda de Manu
dos Hindus. Os Kaingang descreviam um dilúvio que cobriu a tudo exceto a Serra
do Mar.
Assim como arca, a
simples existência de igrejas fiéis são testemunhas de que tal como nos dias de
Noé, quando se comiam e bebiam, casam e se davam em casamento o Senhor virá da
mesma forma súbita (Mt 24.37-39) fazendo aqueles que ignoravam a sã doutrina clamar:
“Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se
assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande Dia da ira deles;
e quem é que pode suster-se?”
(Ap 6.16,17). Dessa maneira cabe-nos vigiar. Carson (2010p.590) afirma: “na
condição humana, os padrões da tribulações maciças e da vida normal coexistem.
Para o cristão, a primeira aponta para o fim; e a ultima adverte em relação a
sua imprevisibilidade.
Depois
de 150 dias as águas abaixaram (Gn 8.3) e a arca atracou no Ararate (Gn 8.4).
Depois que Noé saiu da arca Deus colocou o seu arco com a finalidade de lembrar-se
da aliança “firmada entre mim [Deus] e
vós e todos os seres viventes de toda carne; e as águas não mais se tornarão em
dilúvio para destruir toda carne” (Gn 9.15). Kidner (1979, p.96) entende
que o termo qeshet (קֶשֶׁת) também se refere à arma de guerra
(Sl 7.13; 18.35; Hc 3.9), assim como o arco-íris é formado pela tempestade e o
sol, essa aliança de Deus mostra continuamente juízo e misericórdia.
No Apocalipse, o arco-íris é
profundamente peculiar, porque aparece antes da tribulação e não no final como
é fisicamente provável; não é multicolorido, mas traz a cor verde da esmeralda
o que enfatiza a misericórdia de Deus.
Existem muitas bandeiras onde
faixas coloridas tentam transmitir aqueles que sob sua sombra se abrigam que,
tal como a paleta do pintor precisa ser bem servida com diversas cores, a
diversidade é a palavra de ordem nesses dias. Contudo esse arco-íris, forjado
no pecaminoso coração do homem transmite apenas os intentos distorcidos de uma
mente caída, mas o símbolo bíblico apresenta o Senhor soberano.
Aqueles que confiarem no arco-íris
errado se compactuaram, necessariamente, com a promessa errada. Confiar no
aplicativo oportunista do facebook,
mesmo que sem uma sólida convicção, é manifestar uma postura diante de uma
realidade que a Bíblia julga abominável (Lv 18.22), confiar na verdade bíblica
é enxergar a esperança que nenhuma adversidade pode roubar.
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