O verdadeiro combate
Nesse mês de junho, uma perfumaria famosa, lançou um
comercial, no mínimo polêmico, pois mostrava dois homossexuais e duas lésbicas
se presenteando com perfumes de determinada marca no dia dos namorados. Muitos
evangélicos fizeram um boicote aos produtos dessa empresa. Contudo nossa luta
não é para inibir a liberdade de expressão, tampouco combater ou humilhar
pessoas com essa opção sexual, mas denunciar sua mensagem, porque todo ataque
ao casamento bíblico atinge o modelo criado por Deus. A mensagem desse
comercial visa distorcer a formatação familiar criada pelo Senhor. Portanto, nossa
luta é para a maior glória de Deus.
A Palavra diz claramente: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus
o criou; homem e mulher os criou”
(Gn 1.27). Dessa maneira, “a raça humana,
em cada uma de suas partes e seu conjunto, é organicamente criada à imagem de
Deus e semelhança de Deus” (BAVINCK, 1977, p.200) e nessa condição, como
afirma Hoekema (1999, p.83), deveria funcionar como seu distinto embaixador.
Assim como o embaixador almeja viabilizar os intentos de seu soberano, o homem,
por carregar a imagem e semelhança de Deus deve lutar para que a vontade de seu
Senhor seja feita aqui na terra como no céu. Entretanto somos propensos a
rebeldia e precisamos que o Espírito Santo “tire
de nós e dos demais toda a cegueira, fraqueza, indisposição e perversidade do coração,
e pela sua graça nos faça capazes e prontos para conhecer, fazer e submeter-nos
à sua vontade em tudo, com humildade, alegria, fidelidade, diligência, zelo,
sinceridade e constância, como os anjos fazem no céu” (Pergunta 192 do
Catecismo Maior de Westminster).
Depois do pecado tudo o que foi criado teve a
direção alterada, ou seja, ao invés de render glória a Deus, passa a viver em
rebeldia. A desobediência de nossos primeiros pais no Éden promoveu uma
produção indiscriminada de ervas daninhas (Gn 3.18), de tal maneira que a
própria natureza se junta ao homem nos gemidos e nas dores até agora esperando
o dia em que será redimida (Rm 8.22), assim como colocou limites na vida do
homem.
Diante do texto de Gênesis 1.27,
compreendemos que a família é formada por um homem e por uma mulher, ou seja, o
casamento deve ser heterossexual e monogâmico.
O ato de Deus retirar apenas uma
costela para formar apenas uma mulher para Adão enfatiza o caráter monogâmico
dessa relação (Gn 2.22). Quando Jesus é questionado sobre o divórcio,
fundamenta o casamento na seguinte máxima das Escrituras: “deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se
os dois uma só carne”
(Gn 2.24). A queda trouxe mudanças nessa formatação, pois, com Lameque, se
institui a poligamia tomando Ada e Zilá (Gn 4.19).
Segundo Harrison (1983, p.176), a
homossexualidade era conhecida e praticada no Oriente próximo, especialmente,
na relação cúltica dos Mesopotâmios a deusa Isnar (deusa do amor e da guerra).
Em Sodoma os homens da cidade recusaram as filhas virgens de Ló para se deitarem
com os anjos (Gn 19.4,5). Judas (7) afirma: “Sodoma, e
Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição
como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo
eterno, sofrendo punição”.
Vemos, a contra gosto daqueles que desejam uma religião aberta e infiel, toda
prostituição, em especial o homossexualismo, atrai um fogo eterno.
A sodomia é condenada em Levítico
18.22 tendo como castigo a morte (Lv 20.13) e o Novo Testamento continua a
condenar essa prática (Rm 1.27; 1Cor 6.9; 1Tm 1.10). Todavia, esses
posicionamentos não podem ser entendidos como homofóbicos, mas que nos orientamos
pela Palavra, que temos como única regra de fé e prática.
Não entendemos que o pecado seja um
fator característico de um grupo de pessoas, mas uma realidade presente em
todas as pessoas, pois o Apóstolo dos Gentios afirma: “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23), por
isso, Calvino, comentando 1 Coríntios 6.11, afirma: “a natureza humana universalmente contém a semente de todos os males
senão que alguns vícios prevalecem e se revelam mais em algumas pessoas do que
em outras”.
Todos precisam lutar contra seu
pecado e o homossexual, como qualquer outro pecador, uma vez lavado,
santificados e justificados deixam suas antigas vidas mesmo que ainda nutram desejos
impuros e precisem resistir até o sangue (Hb 12.4).
Boicotar uma marca é, sem dúvida
nenhuma, um protesto pacífico, todavia nossa luta não pode ficar apenas em
atitudes como essas, precisamos exalar o bom perfume de Cristo (2Cor 2.14) com
nossa fidelidade, mesmo que para aqueles que nos rodeiam seja um odor de morte
(2Cor 2.16). Apenas assim poderemos dizer no fim de nossa vida: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7).
Nenhum comentário:
Postar um comentário