Não eu, mas
Cristo: introdução
“Fui crucificado juntamente com Cristo. E, desse modo, já
não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E essa nova vida que vivo no
corpo , vivo-a, exclusivamente, pela fé no Filho de Deus, que me amou e se
sacrificou por mim” (Gálatas 2.20)
Esse é um versículo famoso e que traduz a maneira como
Paulo observa sua vida depois do caminho de Damasco, assim como, a vida de
todos os demais cristãos.
Contudo entende-lo à luz de seu contexto o enriquece e nos
aponta para o perigo de vivermos segundo nossos propósitos e tão nocivo quanto,
vivermos segundo o interesse dos outros o que até os mais piedosos estão
sujeitos a praticar.
A Epístola aos Gálatas foi a primeira Carta paulina,
escrita em 48-50 a.C., antes do Concílio de Jerusalém (Atos 15) depois da
primeira viagem Missionária quando Paulo organizou a igreja da Galácia do Sul
(Atos 13-14).
O propósito dessa carta está claramente expresso em Gálatas
1.6-10. Paulo recebe a notícia de que os gálatas estavam se desviando.
Entretanto não porque adotavam uma vida indecente, mas começavam a querer
agradar a homens e não a Deus (em contraste com o próprio Paulo—Gálatas 1.10).
Falsos Mestres, chamados de judaizantes, estavam
confundindo os gálatas com o “objetivo de perverter o Evangelho” (Gálatas
1.7-9; 2.4). Pregavam que a observância a lei mosaica era essencial para a
salvação (Atos 15.1).
Esses judaizantes, que pretendiam pregar que o Evangelho
era insuficiente à salvação, também colocavam em dúvida o próprio apostolado de
Paulo, por isso, apresenta-se como “apóstolo não
da parte de homens, nem por intermédio de qualquer ser humano, mas por Jesus
Cristo” (Gálatas 1.1). No capítulo 2, para
justificar que seu ministério e doutrina era validada pelos apóstolos mais
antigos que estavam em Jerusalém, conta que “reconheceram
que a mim foi confiada a pregação do evangelho aos incircuncisos” (Gálatas 2.7), mas também lembra que Tiago, Pedro e João lhe ofereceram
a destra de comunhão fraterna (Gálatas 2.9).
Contudo Paulo não enxerga seu apostolado e ministério como
ofuscado pela presença de nenhum outro homem, nem mesmo a figura de Pedro
(Gálatas 2.6) e para evidenciar isso mostra que repreendeu diante de todos
(Gálatas 2.11) esse que julgava uma das colunas da igreja (Gálatas 2.9) quando
se tornou se tornou passível de tal. Paulo, assim como todo cristão, não tem
compromisso com os homens, mas com Deus que fala pela Palavra. Homens podem
errar e cair, mas, no Livro Sagrado, encontramos a verdade (João 17.17).
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