Pedro e o Progresso Espiritual de uma pessoa simples
“Irmãos, esforçai-vos com dedicação cada vez maior,
confirmando o chamado e a eleição com que fostes contemplados, pois se agirdes
desse modo jamais abandonareis a fé”. (2Pedro 1.10)
O espírito católico romano
que influencia muito nossa cultura teve a péssima contribuição de fazer das
pessoas simples que seguiam Jesus em inatingíveis e, aparentemente, tão
incorruptíveis quanto o divino Mestre que seguiram.
Pedro é um caso
excepcional, pois imputaram-lhe o cargo de ser o primeiro papa dos Romanos em
uma interpretação equivocada de Mateus 16.18,19. Percebemos essa incoerência
quando vemos Tiago exerce o papel de moderador do Concílio de Jerusalém
conforme Atos 15.13.
O Pedro imponente que
ostenta as chaves do Reino dos céus não combina, nem de longe, com aquele que
conhecemos e nos identificamos nas páginas da Palavra.
Fora eleito “antes da fundação do mundo para ser santo e
irrepreensível” (Efésios 1.4).
Cremos nessa informação, porque um dia o Senhor o chamou para ser pescador
de homens” (Lucas 5.10) e o irmão de André
arrastou seu barco para a praia, renunciou todas as coisas e seguiu Jesus. Esse
é um perfeito exemplo de vocação eficaz, ou seja, Deus por seu poder e graça,
onipotentes, no tempo aceitável, convida e atrai o eleito e somente ele a Jesus
(João 6.44) pelos instrumentos da Palavra e do Espírito. Para que essa suprema
bondade angarie o efeito desejado, ilumina o entendimento e renova-lhe a
vontade (Veja Catecismo Maior de Westminster, no 67,68). Se não fosse assim, o pescador
galileu poderia ter renunciado a o privilégio de estar mais perto de Jesus como
fez o Jovem rico (Lucas 18.23).
De fato, Pedro aproveitou
o máximo dessa união com o Senhor. Por obra o Espírito Santo reconheceu-O como “o Cristo, o filho do Deus vivo” (Mateus
16.16). Convidado a seguir aqueles que não andavam com o Senhor reconheceu que
não poderia, porque só Jesus tinha palavras de vida eterna (João 6.68). Anulou
seu conforto diante da felicidade de estar no monte da transfiguração (Lucas
9.33). Contudo teve momentos em que sua carne falou alto, pois sentiu medo do
vento na travessia do mar (Mateus 14.30), tentou dissuadir Jesus de sua paixão
e morte (Mateus 16.22,23), fora irascível (João 18.10) e traidor (Lucas
22.61,62). Pedro testemunha a favor da evangelização dos gentios sem impor-lhes
a lei mosaica (Atos 15.7-11), todavia é repreendido por Paulo por tentar
preservar uma aparência judaica em Antioquia (Gálatas 2.11-14).
Portanto, Pedro, tal como
todos nós, foi, diversas vezes influenciado pelo pecado desejando até mesmo
deixar o ministério (João 21.3), mas sempre soube qual era o verdadeiro
caminho, a fonte das Palavras de vida eterna, quem era o Cristo e, apesar das
aparências e erros, amava a Jesus intensamente (21.17) de tal maneira que
sequer se achou digno de ser crucificado na mesma posição que seu Mestre.
Imitemos esse grande apóstolo na sua humildade (1Pedro 5.1; 2Pedro 3.15) e
espírito comprometido.