A
terrível insubmissão
“Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é quem fala:
Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim” (Isaías 1.2).
O que você
acha de pais abandonados por seus filhos? Se existe algo triste são pais que
dedicaram toda uma vida na criação de seus filhos e, no momento em que mais
precisam, na velhice, veem-se abandonados como trapos velhos sem valor. Não é à
toa que honrar pai e mãe seja o primeiro mandamento com promessa: o prolongar
dos dias sobre a terra (Efésios 6.2; Deuteronômio 5.16). O pecado do coração
humano, cada vez mais, comprova a sabedoria popular de que um pai e uma mãe
cuidam de dez filhos, mas esses tais não são capazes de cuidar de um pai ou uma
mãe.
Isaías,
profeta do século VIII a.C., começou seu ministério no ano da morte
do rei Uzias (Isaías 6.1 em 722 a.C. quando tinha 22 anos) e, depois, atuou nos
reinados de Jotão, Acaz e Ezequias e foi morto em 690 a.C. durante o reinado de
Manassés, de quem, segundo a tradição, foi prisioneiro, sendo serrado no meio de um tronco oco de
árvore (o autor de Hebreus faz alusão a esse fato em Hebreus 11.37).
O seu ministério profético foi duro, porque foi enviado pela Trindade da seguinte maneira: “vai e dize a este
povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. Torna
insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para
que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o
coração, e se converta, e seja salvo”
(Isaías 6.9,10).
Esse povo que não entenderia , tampouco perceberia, mas seria duro e insensível era muito semelhante aos fariseus dos dias de Jesus, pois, igualmente, praticava uma religiosidade superficial e profundamente legalista, cujo maior objetivo era agradar aos homens e não ao Senhor (João 12.39-43). Esse povo continuava a trazer ofertas, a se reunir nas luas novas, mas eram vãs e abomináveis, porque esses atos de adoração não vinham de um coração fiel (Isaías 1.13) tal como a participação da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11.29,30).
A relação desse povo com o Senhor era
tão repugnante que o Criador afirma: “Quando
estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que
multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão
cheias de sangue” (Isaías 1.15). O culto não os transformava, pois eram homicidas
(veja Isaías 1.21)
Os primeiros receptores da mensagem de
Isaías deveriam entender que a relação que tinham com o Senhor era semelhante a
relação de um pai para com um filho. Deveriam entender que a providência divina
os tinha criado e lhes engrandecido, por isso, assim como um filho deveriam
responder com obediência e gratidão. Deus, definitivamente, não é o pai
velhinho abandonado, mas o Deus soberano, que, apesar de seu poder e glória,
por amor e misericórdia, relaciona-se com seu povo. Esse dado deveria nos
encher de maior temor, porque se, abandonar os pais seria algo
errado, abandonar o Senhor (não reconhecendo sua providência) seria um erro
maior ainda, porque a lei e os profetas dependem do amor a Deus com todo o
coração, toda a alma, todo o entendimento e ao próximo como a ti mesmo (Mateus
22.37-40).
De maneira alguma somos filhos de Deus na mesma maneira que Jesus Cristo, mas, em Jesus, o filho unigénito, eternamente gerado do Pai, somos seus filhos adotivos (Romanos, 8.15; 9.4; Gálatas 4.5; Efésios 1.5). Dessa forma, fazemos parte da família de Deus (Efésios 2.19), sendo herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Romanos 8.17). Entretanto, em nada, somos menos susceptíveis a nos revoltar contra o providente Senhor que nos assiste em sua misericórdia, por isso, “aquele que pensa estar em pé, olhe não caia” (1Coríntios 10.12).
De maneira alguma somos filhos de Deus na mesma maneira que Jesus Cristo, mas, em Jesus, o filho unigénito, eternamente gerado do Pai, somos seus filhos adotivos (Romanos, 8.15; 9.4; Gálatas 4.5; Efésios 1.5). Dessa forma, fazemos parte da família de Deus (Efésios 2.19), sendo herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo (Romanos 8.17). Entretanto, em nada, somos menos susceptíveis a nos revoltar contra o providente Senhor que nos assiste em sua misericórdia, por isso, “aquele que pensa estar em pé, olhe não caia” (1Coríntios 10.12).
Isaías mostra quão estúpida é essa
relação superficial com o Senhor, pois compara o povo ao boi e ao jumento, que,
apesar de irracionais, conhecem quem os alimenta, porém o povo não reconhecia que tudo
o que possuía era proveniente da misericórdia do Senhor. Deus o havia tirado da escravidão
egípcia com sinais miraculosos, deu maná e carne no deserto, fez a água jorrar
da rocha e expulsou nações mais poderosas para que pudesse habitar na terra
que corria leite e mel. Nós, por termos conhecido o cumprimento da promessa de
Gênesis 3.15 em Jesus, temos infinitamente mais e, assim, seremos mais cobrados (Lucas 12.48).
Portanto, tomemos cuidado para não desprezarmos a
providência de Deus e a íntima e transformadora relação com o Senhor por causa
dos prazeres falsos dessa vida. Nossa vida só tem o devido valor quando
glorifica o Senhor e se alegra nEle.
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