Por
que existo?
Davi
afirma: “O homem é semelhante a
um sopro; os seus dias são como a sombra que passa.” (Salmo 144.4). Diante da aparente
brevidade da vida, o homem sempre se questionou sobre sua relação com o mundo
ao seu redor. A existência humana não é curta, mas suficiente para todos os seus
intentos, contudo parece efêmera, porque muito tempo é desperdiçado com
preocupações vãs e vícios. O filósofo estoico – Lúcio Anneo Sêneca (4 a.C.-65
d.C.) – defende que “não temos uma vida
breve, mas fazemos que seja assim, não somos privados, mas pródigos (aqueles
que desperdiçam) de vida”. Nessa mesma linha, Salomão avalia sua vida nos
seguintes termos: “olhei
eu para todas as obras que as minhas mãos haviam feito, como também para o
trabalho que eu aplicara em fazê-las; e eis que tudo era vaidade e desejo vão,
e proveito nenhum havia debaixo do sol” (Eclesiastes 2.11).
O problema fundamental do homem está
no fato de alicerçar sua fidelidade em seus prazeres e tarefas vãs. Essas
fundações arenosas funcionam como ídolos que usurpam gradativamente o lugar de
em nossas vidas. Esses ídolos fornecem ideias distorcidas de felicidade, que
sempre passa pelo conselho e o itinerário dos perversos e pecadores. C.S. Lewis
(1898-1963), na obra Cartas do Inferno,
define o homem como uma espécie de anfíbio, pois é parte terreno(e por isso
atingido pelo tempo) e parte espiritual (afetado pelo desejo das coisas do
alto). Nessa obra, que tem como enredo um diabo mais experiente ensinando seu
sobrinho como tentar um homem, afirma que Deus existe que renunciemos a nos
mesmos (Marcos 8.34), mas depois nos devolver a
essência de nossa personalidade, ou seja, nossa luta para preservar e defender
os nossos interesses, devido ao nosso estado de radical depravação, é marcada
pelo egoísmo pecaminoso, mas, quando o nosso viver é Cristo até a morte nos
parecerá lucro (Filipenses 1.21).
Dessa
maneira, o fim do homem, o propósito e o objetivo da sua vida não está nas
bênçãos, mas no Abençoador. A busca da felicidade é tão importante que é
recomendada até mesmo na Declaração de Independência dos Estados Unidos da
América (1776). Contudo a Bíblia nunca nos recomenda essa tarefa, porque,
escrita pelo Espírito Santo, saiba que a tentativa meramente humana de sondar a
felicidade sempre esbarrará no desejo pecaminoso de dar vazão aos ídolos do
velho homem que buscam controlar nosso coração. Dessa maneira , nos apresenta o
que é a felicidade e como chegamos até ela.
Quando
nosso sustento está em Deus e nossa vida tem como o principal desejo de
glorificar nosso Criador, não nos tornamos imunes aos perigos do mundo,
tampouco às provações e tentações, mas sabem lidar melhor com as adversidades
que os assaltam. Jó é um bom exemplo dessa realidade, pois sendo atingindo por
todos os lados (do sul, os sabeus roubam-lhe mil bois e quinhentas jumentas; do
oeste, um relâmpago mata-lhe sete mil ovelhas; do norte, os caldeus roubam-lhe
três mil camelos e do leste, o terrível vento mediterrâneo ceifa-lhe os
filhos), contudo, quando os quatro funestos emissários, pela artimanha
diabólica, chegam ao mesmo tempo, Jó declara : “O Senhor
deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó
1.21).
Aquele que tem o Senhor
como seu único arrimo aprende, tal o Apóstolo dos Gentios, a viver de forma
satisfeita quer nos dias de abundância ou de fartura (Filipenses 4.12), porque
podemos tudo (passar satisfeitos pela fartura ou a penúria) naquele que nos
fortalece (Filipenses 4.13).
Portanto,
temos apenas uma vida na qual podemos, iluminados pelo Espírito Santo, vivermos
para Cristo, enquanto, aqueles que foram preordenados para o inferno desfrutam
de vidas boas aos olhos do mundo, mas detestáveis para o Senhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário