Os três cuidados ao procurar
um pastor e uma igreja
"Disse, porém, Josafá: Não há, aqui, ainda algum profeta do Senhor, para que o consultemos? Respondeu o rei de Israel a Josafá; Há um ainda, porque podemos consultar o Senhor; porém eu o aborreço, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas somente o que é mau". (2Crônicas 18.6,7)
Caro leitor, gostaria de propor-lhe uma pergunta no
início dessa reflexão: é saudável e seguro buscar um médico pelos mesmos
critérios pelos quais eu busco um restaurante?
Obviamente, há semelhanças nessas procuras: procuramos um
médico credenciado e especialista, assim como um restaurante higiênico e bem
estabelecido. Contudo, você, também, percebeu o quão perigoso é esse critério,
porque o melhor restaurante é aquele que melhor satisfaz os meus desejos,
enquanto o melhor médico é aquele que da melhor maneira apresenta-me a minha
doença e aponta o melhor tratamento possível. Imagine que tivéssemos médicos
que não nos apresentem nossa doença, mas dissessem que tudo é normal, ou no
mínimo comum, e que não precisamos nos preocupar com nada. Entende isso seria
um caso de polícia.
1º cuidado: pastores
seguidos por multidões não convertidas
O versículo proposto trabalha com um tema semelhante,
pois nós deveríamos, deferente de Acabe, buscar igrejas e pastores (entenda
semelhante a profeta) não com os critérios do prazer e do entretenimento
(aqueles pelos quais buscamos restaurantes), mas pela responsabilidade de
conhecer a verdade e ser liberto (aquele pelo qual buscamos bons médicos).
O melhor pastor e a melhor igreja são aqueles que
apresentam o meu pecado pela fiel exposição da Palavra (1Cor 1.21), mostra-me o
que equivalência na medicina a doença, ou seja, o pecado, a doença da alma, e
leva-me a Jesus, que com o seu sangue derramado cura esse terrível problema,
mas também apresenta-me a melhor recuperação, o Espírito Santo, que
progressivamente, convence-me do meu pecado (e da constante influencia deste),
assim como da justiça e do juízo de Deus (Jo 16.8).
Josafá (rei do Reino de Judá, Reino do Sul, capital
Jerusalém) e Acabe (rei do Reino de Israel, Reino do Norte, capital Samaria)
estão reunidos para lutar contra Ramote-Gileade (2 Crônicas 18.1-3) e, por
causa dessa guerra, ambos estão consultando os profetas para certificarem se do
êxito ou do fracasso dessa empreitada. Acabe é um rei que fez aquilo que era
mau perante o Senhor (como todos os rei do Norte), mas com um agravante: “mais do que todos os que o antecederam”
(1Reis 16.30), pois além de idólatra casou-se com uma mulher pagão, dos
sidônios, servidora e adoradora de Baal, que perseguia e matava (sob o aval de
Acabe) os profetas do Senhor. Ele busca quatrocentas profetas para auxiliá-los,
que estão usando e profetizando o nome do Senhor. Veja, em 2Crônicas 18.10: “Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si
uns chifres de ferro, e disse: Assim
diz o SENHOR: Com estes ferirás os sírios, até que sejam consumidos”
(grifo meu). Perceba que Zedequias
está usando a clássica expressão usada no Antigo Testamento para introduzir uma
profecia (usada inclusive pelos profetas fiéis), assim como utiliza o termo
Yavéh, o nome de Deus dado a Moisés.
Contudo Josafá, apesar das boas predições dos Profetas
(2Crônicas 18.11), percebeu que eles não eram profetas do Senhor. Não basta
usar o nome de Deus para legitimar tudo o que se falou. Existem igrejas
midiáticas que, apesar de usarem o nome do Senhor pregam o que não está na
Bíblia e segundo os seus corações pecaminosos. O profeta Jeremias, falando
sobre os falsos profetas dos seus dias, afirma: “Dizem continuamente aos que desprezam a palavra do Senhor: Paz tereis;
e a todo o que anda na teimosia do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós”
(Jeremias 23.17) e “não mandei esses
profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei a eles, todavia eles
profetizaram” (Jeremias 23.21).
A nossa única regra de fé e prática é a Bíblia Sagrada,
porque é inspirada (veio do próprio Deus), é inerrante (não contém erros), é plena
(não tem nenhuma deficiência) e suficiente (tudo o que precisamos saber para
nossa salvação e para termos reta vida com Deus está em suas páginas). Deus não
se compromete com o pregador, mas com sua Palavra, por isso, quando o Pregador
não fala a Palavra e não a aplica adequadamente ele se transforma em um falso
profeta, tão perigoso como um falso médico. Os quatrocentos profetas de Acabe
profetizavam sob um espírito de mentira (2Crônicas 18.22).
Perceba que para Acabe acreditava existir apenas um profeta
do Senhor, assim como Elias se via como o último profeta do Senhor, mas
existiam sete mil “todos os joelhos que
não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou” (1Reis 19.18). Ainda
hoje os profetas fiéis estarão sempre em numero inferior aquele dos falsos
profetas, porque o Pregador fiel da Palavra não condiciona seu discurso ao que
agradará seus ouvintes (assim como o médico não pode agir assim), mas ao
Senhor. Veja em 2 Crônicas 18.12, o conselho do mensageiro de Acabe a Micaías, “eis que as palavras dos profetas, a uma
voz, são favoráveis ao rei: seja, pois, também a tua palavra como a de um
deles, e fala o que é bom” (2Crônicas 18.12), ouve a resposta “Assim como vive, o SENHOR, o que meu Deus
me revelar, isso declararei” (2Crônicas 18.13). O mesmo acontece ainda
hoje, pois Paulo diz a Timóteo: “chegará
o tempo em que não suportarão o santo ensino; ao contrário, sentindo coceira
nos ouvidos, reunirão mestres para si” (2 Timôteo 4.3).
Cuidado, quando um pastor prega apenas prosperidade e não
fala de pecado e santidade, não convida a mudar de vida. Portanto, cuidado com
Profetas que são seguidos por multidões que não vivem a Palavra.
2º cuidado: pastores
carismáticos, o livro não se compra pela capa
Acabe não gostava de Micaías por dois motivos: não
profetiza coisas boas e todos os dias profetiza-lhe o mal. Obviamente, Acabe não
poderia encontrar nenhuma Palavra agradável diante do Senhor, pois era mau,
idólatra, casado com uma mulher que perseguia e matava mensageiros de Deus. O
ímpio sempre encarará a Bíblia como um livro ingênuo, porque está sempre
expondo-lhe o seu pecado e exortando a uma vida nova.
3º cuidado: o que conta não
é o seu prazer na igreja, mas o pazer de Deus em sua vida
Assim como hospitais não foram feitos para serem colônias
de férias (exceto Campos do Jordão), igrejas não foram feitas para o
entretenimento, mas para oferecerem da melhor maneira o que importa: a
exposição fiel da Palavra.
Existem muitos métodos para atrair pessoas a igreja.
Existem até aqueles que se valem de propostas da propaganda e da vida
empresarial. Querem pescar com rede, o que deve ser pescado com anzol. Ao se
pescar com rede, fazendo arrastão se pesca muito, mas com pouca qualidade. O
objetivo desse método é encher. Enquanto, com anzol visa atrair o peixe,
pesca-lo, avalia-lo para depois coloca-lo no cesto.
A igreja não foi feita para o ímpio, mas para o ímpio
convertido, que teve seu coração aberto pelo Espíriro santo e, por isso, busca
a Deus. Josafá, ouvindo a constatação que Acabe fizera de Micaías exortou-o a
não falar daquela maneira. A busca pela Palavra fiel será pequena, mas aqueles
que a buscarem terão suas vidas transformadas.
Jesus, em João 6, depois de ter multiplicado os pães, é
seguido por uma grande multidão, que querem apenas mais, pão, quando ele mostra
que Ele é o pão da vida, maior que Moisés, porque quem comia dele, ou seja, o
recebi como único e suficiente salvador não seria mais fome nem sede. Muitos se
escandalizaram e deixaram de o seguir (João 6.66). O Mestre não mudou seu
procedimento, mas olhou para os doze e disse: “quereis, também, vós outros retirar-vos?” (João 6.67), mas Pedro, como todos os leitos, respondeu: “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna!”
(João 6.68).
Portanto, cuidado se você busca uma igreja pela multidão
que a procura, pela música que ela oferece, pelo carisma do pregador ou pelos
supostos milagres que lá se realizam (vá a Apocalipse 13 e veja que Satanás
pode fazer tudo isso e enganar aqueles que tais coisas procuram). Busque a
Jesus somente e isso basta.
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